Estrada de Ingoré, Bigene e Farim vai ser reabilitada

Depois de mais de 40 anos que a estrada que liga Ingoré, Bigene e Farim se encontra em estado de total abandono, o Ministério das Obras Públicas Habitação e Urbanismo, em parceria com o Banco Mundial, vai iniciar no último trimestre do ano em curso a obra de construção em terra batida deste troço.

A garantia foi dada durante uma visita que o ministro e elementos do projeto daquela instituição financeira internacional fizeram nessa localidade. O objetivo da visita destinou-se a constatar, “in loco”, o estado avançado de degradação em que se encontra aquela estrutura.

Ao longo da viagem, a delegação fez paragens em Ingoré, Barro, Bigene e Farim com intenção de informar as autoridades setoriais do projeto de construção daquela estrada que se encontra quase intransitável.

Para além das paragens nessas localidades, também a delegação fez outras que serviram para que a equipa do Banco Mundial, coordenado por Malam Banjai, desse explicações como é que será executada a obra e quais os mecanismos a serem adotados.

Para esta instituição financeira, a sua maior preocupação não reside somente na construção da estrada, mas no impacto social, económico e ambiental que terá na vida das populações.

Para isso vai ser elaborado um código de conduta que servirá de instrumento para regular o comportamento das pessoas que vão trabalhar na obra.

Nesse sentido, irão ser criados 23 comités de queixas onde todas as tabancas afetadas estarão representadas, pois o trabalho dos comités é seguir e avaliar o comportamento das pessoas durante os trabalhos, isto é, para evitar violações sexual e física, assim como outros tipos de práticas condenatórias.

Também será feito um estudo de rendimento das populações antes e depois da obra em 99 famílias que são consideradas como possíveis de serem afetadas pelo projeto e não só, todas elas serão indemnizadas antes do início dos trabalhos. 

Em declarações à imprensa, após a visita, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Fidélis Forbs, disse que a sua missão à frente daquela instituição é dotar o povo guineense do que necessita.

 Segundo ele, a viagem enquadra-se no âmbito de um projeto financiado pelo Banco Mundial, cuja parte técnica é assegurada pelo Ministério das Obras Públicas.

“De facto, o que constatamos ao longo do percurso é triste e lamentável, pois uma estrada estratégica para a economia do país esteja votado ao esquecimento total. Como podem ter notado, durante a viagem só vimos um carro, o que significa que os populares dessas zonas enfrentam dificuldades enormes de mobilidade.”

Segundo ele, quando o nível de mobilidade é baixa, significa que acesso a infraestruturas sociais também é baixa como, por exemplo, acesso à justiça, à educação e habitação.

Os pressupostos atrás citados traduzem um nível de desenvolvimento muito baixo nas comunidades, portanto, a luta será para inverter essa tendência.

A execução desse projeto permitirá, de facto, melhorar as condições de vida dos populares daquelas zonas, principalmente os de Bigene.

A construção da estrada em terra batida vai possibilitar aos populares que lá vivem evacuar os seus produtos com facilidade para outras zonas e, consequentemente, melhorar as suas condições sociais e económicas.

Prometeu tudo fazer para que o projeto seja uma realidade, porque as pessoas que vivem naquelas localidades merecem um tratamento diferente. Assim, não vai arredar o pé e manterá a sua presença juntamente com a unidade de gestão do projeto. Informou que a obra terá duração de dois anos e é orçado em 10 milhões de dólares.

Por sua vez, o coordenador de transporte rural do projeto do Banco Mundial, Malam Banjai, disse que foi criado um instituto denominado mecanismo de gestão de queixas ao nível do projecto, em consequência de um plano de ação de reinstalação, pois ao longo da execucação da obra com certeza muitas pessoas serão afectadas e que, para não deixar ninguém de lado, o Governo deve proceder à indemnização dessas famílias atingidas.

Também haverá aquelas que não se sintam satisfeitas com a indemnização e podem mover uma queixa para que sejam atendidas.   

Por: Alfredo Saminanco

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