Para manter o objetivo de passar para a fase seguinte no Campeonato Africano das Nações (CAN), a Seleção Nacional de futebol é proibida perder o duelo com a congénere da Guiné Equatorial, na quinta-feira, dia 18.
Se os Djurtus sentiam obrigatoriedade de ter uma participação diferente, em termos de resultados, a derrota consentida no primeiro jogo frente à anfitriã Costa do Marfim (2-0) aumentou a pressão e a exigência de maior entrega dos atletas na segunda e terceira jornadas para a honra dos guineenses nesta competição continental de que é participante pela quarta vez consecutiva, sendo que nas três últimas presenças não conseguiu sentir o sabor da vitória.
Ao fim primeira jornada do CAN, as quatro seleções lusófonas presentes na competição, Guiné-Bissau é a única que não pontuou, e ainda, terá sido a exibição menos ambiciosa dos países falantes da língua portuguesa.
Perante os factos menos bons na história das participações da seleção nacional nas fases finais da maior prova futebolística do continente, o médio Carlos Mané considera a partida da segunda jornada com a Guiné Equatorial de um “jogo de vida ou morte” para os Djurtus.
“Nenhum jogo no CAN é fácil, porque aqui estão as melhores seleções, mas vamos dar o nosso máximo e nossa vida para alcançar três pontos diante da Guiné Equatorial”, diz Mané.
O internacional garantiu que se voltar a merecer a confiança do treinador como opção para o campo vai redobrar esforços. “Senti orgulhoso em defender a minha pátria e senti igualmente o espírito da equipa e estou mais confiante”.
No jogo com a Costa do Marfim, Carlos Mané foi colocado a jogar como extremo. Entretanto o atleta disse estar pronto para qualquer posição que o treinador lhe colocar.
Para Invanildo Cassamá, um dos dirigentes da equipa técnica, a Guiné-Bissau só depende si para passar da fase de grupos, proeza que ainda nunca conseguiu nas três edições anteriores em que participou.
Cassamá reconheceu o bom momento de forma da Guiné Equatorial que, segundo os dados estatísticos, os equatorianos não perdem há 11 jogos, considerou essa seleção lusófona como um adversário “muito complicado” apesar de não reunir qualidades iguais às de Nigéria e Costa do Marfim.
“Continuamos a acreditar em alcançar o objetivo definido, pois, são três jogos a disputar, a classificação do fim da terceira jornada pode ser completamente diferente da classificação da primeira ronda. Temos ainda as possibilidades de qualificar como segundo lugar ou um dos melhores terceiros classificados”, acredita Ivanildo Cassamá.
Cabo Verde
Foi uma estreia feliz de Cabo Verde no CAN. Os Tubarões Azuis venceram a histórica equipa do Gana com as suas estrelas em campo.
O jogo baixou de ritmo na segunda parte e quando parecia que ia terminar empatado, aos 90+3′, Alexander Djiku e Mohammed Salisu desentenderam-se na grande área e permitiram que Gilson Tavares, jogador que alinha pelo Benfica B, assistisse Garry Rodrigues, que fez o golo da vitória para os tubarões azuis.
A seleção caboverdiana alcança assim a sua terceira vitória de sempre numa fase final do CAN, ao 12.º jogo.
Moçambique
Depois de saírem para o intervalo a perder por 1-0, com o golo madrugador de Mustafa Mohamed, aos dois minutos, os “Mambas” entraram na etapa complementar com uma outra dinâmica, provocada pelas mexidas operadas pelo selecionador nacional, Chiquinho Conde.
Com efeito, o Moçambique virou o marcador com um golo aos 54 minutos e outro aos 57 minutos, fazendo o 2-1, com os tentos de Witi e Clésio, fruto de uma espectacular segunda parte, com os “Mambas” a demonstrarem muita calma e serenidade.
Aos 90 minutos, na transformação de uma grande penalidade, os egípcios empataram a partida, pelo que os “Mambas” perderam uma excelente oportunidade de alcançar a primeira vitória num CAN.
Angola
Uma penalti marcado à força por Mabululu, aos 68 minutos, permitiu a Angola conseguir um empate frente a Argélia, no Estádio da Paz, em Bouaké, e sonhar em passar à segunda fase da prova, o que nunca conseguiu.
Argélia, a antiga campeã africana, que não ganha há seis jogos no CAN, esteve melhor e dominou toda a primeira parte.
No segudo tempo, o técnico português dos Mambas, Pedro Gonçalves, fez entrar Mabululu, voltou a insistir junto dos seus pupilos para que fossem mais atrevidos e que arriscassem ir para a baliza adversária. Na segunda metade da partida os angolanos conseguiram chegar ao empate (1-1).
A Nigéria, três vezes vencedora da competição (1980, 1994 e 2013), não conseguiu tirar partido da situação favorável e consentiu um empate de 1-1 com a Guiné Equatorial.
Na vizinhança, o Senegal é a única seleção que goleou o seu adversário. Os senegaleses bateram os gambianos por 3-0.
Por outro lado, a Guiné-Conacri conseguiu um empate de 1-1 perante os Camarões.
Entretanto, o que se pode notar neste CAN é que as seleções teoricamente desfavorecidas não dão braços a torcer.
Aliu Baldé, enviado especial ao CAN-2023