Um médico para cerca de 85 mil habitantes na Região de Quínara

A região de Quínara conta, neste momento, com apenas um médico cirurgião. Há ainda um segundo, que é o diretor regional de saúde, mas que só dá apoios de vez em quando, sobretudo se houver necessidades no bloco operatório, numa altura em que a população ronda os 84.500 habitantes (dados de 2022).

A zona não dispõe também de um hospital regional, existindo somente centros de saúde, sendo que o mais importante está em Buba e é do tipo A. É verdade que o centro tem bloco operatório e Raio-X (ainda sem técnico), mas falta-lhe alguns aspetos para ser considerado um hospital de referência regional.

Neste sentido, o diretor regional de Saúde considera que há necessidade de construir um hospital provincial no Sul, que pode ter sede em Buba por ser o centro da zona.

Além de médicos, que dão falta, a região precisará, num futuro próximo, de mais técnicos, já que, de acordo com Patrício Dingna Sanhá, vai-se abrir quatro novos centros, nomeadamente em Bissassema de Cima, Nhála, Batambali e Intchadanca.  

Por isso, pede mais pessoal técnico, mas não tem dúvidas de que os profissionais colocados na região estão a dar o seu máximo e a corresponder. Ele quer à disposição de técnicos de laboratório, parteiras e farmacêuticos. 

Como principais dificuldades, o responsável aponta a insuficiência de ambulâncias para o transporte de doentes. Quinara só tem três em funcionamento, sendo uma em cada áreas sanitárias de Buba, Tite e Empada. O setor de Fulacunda, com dois centros de saúde, não dispõe de nenhuma ambulância.

Outro dos obstáculos tem a ver com a situação geográfica, numa área em que as condições rodoviárias são das piores. Mas o diretor sanitário é da opinião que tem havido melhorias nas estradas, nos últimos tempos, sobretudo a infra-estrutura que liga Buba-Nova Sintra e Bubatumbo-Tebé. “Era uma das maiores dores de cabeça, embora existam ainda outras vias por melhorar”.

Principais patologias

As principais patologias registadas naquela região sul do país são paludismo (sobretudo na época das chuvas), diarreia, gripe, pneumonia, tuberculose, VIH e a hepatite, que tem ganhado terreno.

No entanto, Patrício Sanhá apelou à população a levar o mais rapidamente possível ao hospital às pessoas que estejam a sentir sintomas de febre ou qualquer mal-estar, como forma de ajudar às autoridades sanitárias a fazer face às mortalidades infantil e outras.

Neste particular, aconselhou para a possibilidade de se recorrer aos Agentes de Saúde Comunitária (ASC) que se encontram um pouco por todas as tabancas, para efeito de orientação.

Ibraima Sori Baldé

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