A União Económica e Monetário Oeste Africano (UEMOA) e a Organização Oeste Africana de Saúde (OOAS) realizaram um seminário de formação sobre a vigilância epidemiológica, destinada aos técnicos de saúde, aeroportuários e agentes da Guarda Nacional que trabalham nos pontos de entradas das regiões sanitárias do país.
Na abertura dos trabalhos, Sidónia Gomes Vieira, em representação do Instituto Nacional de Saúde (Inasa), disse que a situação sanitária mundial tem sido caracterizada, nos últimos anos, pela ocorrência de diversas epidemias e pelo surgimento de novas doenças transmissíveis.
Segundo aquela responsável, na região da UEMOA, doenças transmissíveis como a meningite, a cólera, a febre-amarela e o Ébola são as principais causas de mortalidade e morbilidade.
“A transmissão transfronteiriça da COVID-19 tem sido uma das principais ameaças desde o início desta pandemia, devido ao fluxo da circulação de pessoas e bens. Aliás, uma análise situacional de saúde nos Estados da UEMOA mostrou que a fragilidade das fronteiras da união estão associadas à fraca troca de informações de saúde entre os países, à falta de procedimentos padronizados para ações conjuntas e concertadas de resposta à luz do desafio comunitário”, salientou.
Na opinião dessa técnica, é necessário estabelecer uma colaboração transfronteiriça eficaz e reforçar as capacidades essenciais dos pontos de entrada, incluindo a formação de atores sobre a abordagem uniformizada de pessoas nessas zonas.
No entanto, apelou aos formandos para o maior desempenho e a interação sobre os conteúdos que vão ser apresentados e que depois da formação sejam capazes de harmonizar e partilhar informações.
Por sua vez, o representante da UEMOA, Coulibaly Aly Diajiry, disse que é necessário reforçar a vigilância nas zonas transfronteiriças, estabelecer uma colaboração entre os Estados membros sobre as medidas a serem implementadas nos postos de entradas.
Segundo ele, foi nesta base que a sua organização desenvolveu seis módulos de formação sobre a vigilância epidemiológica e resposta aos riscos sanitários transfronteiriços, tendo afirmado que o objetivo da formação é de capacitar os profissionais de saúde que trabalham nas linhas fronteiriças, de forma a poder responder aos desafios.
Por fim, o representante da Organização Oeste Africana de Saúde (OOAS), Tomé Cá, informou que a Guiné-Bissau está a viver o momento de emergência e reemergência de doenças potencialmente epidémicas, daí que é importante preparar os técnicos na matéria de vigilância epidemiológica.
Entretanto, disse que o encontro serve para reforçar o nível do conhecimento desses profissionais. “Sei que já têm conhecimento sobre essa matéria em concreto, mas nunca é de mais treinar, porque o mundo está em constante mutação, assim como as doenças surgem em cada momento”, concluiu.
Alfredo Saminanco