A União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) vai disponibilizar, no seu orçamento de 2020, um montante de 100 milhões de francos CFA para apoiar o setor energético da Guiné-Bissau.
A informação foi avançada pelo ministro guineense dos Recursos Naturais e Energia, à saída de uma reunião técnica, realizada nesta sexta-feira, através de uma videoconferência, com a comissária da UEMOA para as áreas da Energia e Minas, Fily Bouare Sissoko.
No encontro, os dois responsáveis e respetivos técnicos debruçaram-se sobre a sustentabilidade da componente-1 do Projeto Regional de Desenvolvimento das Energias Renováveis e da Eficácia Energética, bem como as formas de implementar o referido financiamento.
No entanto, Jorge Malú fez saber que o montante em causa pode servir para a recuperação dos candeeiros colocados nas ruas de Bissau com o apoio financeiro da UEMOA para deixar a cidade com alguma luminosidade.
Lamentou o facto de quase não se encontrar nenhum posto com esses painéis solares, situação resultante da “negligência” dos guineenses, tendo sido roubados ou atropelados por viaturas.
O governante indicou que outro dos programas financiados pela UEMOA nesse projeto é o da central fotovoltaica de Bissorã que, por “razões óbvias e técnicas”, os trabalhos não foram concluídos como previsto. Adiantou que a situação veio a piorar quando os raios das chuvas caíram na zona e destruíam muitos aparelhos, lembrando que, tratando-se de um financiamento enorme, não é bom que não esteja a funcionar ao serviço público.
Segundo ele, como o dinheiro não dá para todos os dois trabalhos decidiu-se organizar esta videoconferência, essencialmente técnica, para acertar estratégias de implementação desses fundos. “Tudo isso para que possam servir os interesses das populações de forma racional. A partir das análises dos técnicos, estes deixam recomendações para que, ao mais alto nível, possamos tomar as decisões profícuas”, referiu.
Aquele dirigente disse que nos cálculos feitos, o montante para a recuperação da central de Bissorã deve ser superior a 100 milhões de francos. Por isso, falou com a comissária no sentido de, se houver possibilidades, esse projeto possa ficar para as próximas ajudas da união, uma vez que há necessidade de ultrapassar a situação. Disse ter recebido promessas da comissária de que os contactos vão continuar e recomendou que as autoridades nacionais contactem o seu representante na Comissão da UEMOA, porque é lá que se aprovam os orçamentos.
Bissau sem escuridão
Por outro lado, garantiu que Bissau não terá problemas energéticos nos próximos tempos, porque, apesar das dificuldades em que encontrou o ministério, nomeadamente com uma dívida de cerca de nove milhões de dólares à empresa produtora de energia (a Car Power, da qual a capital depende a 100 por cento), a situação já foi resolvida pelo atual governo, pagando todo o crédito em causa.
Jorge Malú declarou que está-se a fazer também reformas no seio da empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB), onde já foram identificados os grandes clientes com avultadas somas de dívida, tendo já sido criada uma comissão para proceder às cobranças. “A situação está bem e a correr como previsto. Esses clientes estão a reagir bem e penso que dentro de pouco tempo a EAGB estará em condições de honrar com os seus compromissos. Portanto, os citadinos de Bissau podem estar tranquilos de que os problemas da energia estão a ser ultrapassados paulatinamente”, concluiu.
Por: Ibraima Sori Baldé