A Direção-Geral da Viação e Transportes Terrestres decidiu estender, a partir do dia 17 de janeiro em curso, a linha de Bissalanca até a tabanca de Ponta Vicente, três a quatro quilómetros em estrada de terra-batida, onde tem fixado a placa da terminal com justificação de que houve um pedido da população local.
A concretização da decisão provocou ontem (quarta-feira) a reação dos condutores e proprietários de toca-tocas, que resolveram suspender a circulação, estando a espera de eventuais negociações com o departamento governamental concernente.
A paralisação da circulação causou imensas dificuldades à população da área de Bisslanca. O Nô Pintcha constatou que, logo de manhã, muita gente andou a pé saindo, de Brene para o terminal localizado nos arredores da empresa ASCON ou no portão do quartel de Para-comandos denominado por segunda porta de arma. Os habitantes da tabanca de Bissalanca e arredores recorreram aos transportes provenientes de Quinhamel e Ondam para chegarem a Bissau.
O diretor de Serviço de Transportes e Planeamento, Luís Arcolino Lopes dos Santos, disse ao Nô Pintcha que a população que vive na área de Ponta Vicente fez um abaixo-assinado e pediu a extensão da linha de toca-toca, justificando que as motos cobram 500 francos até a estrada alcatroada de onde os passageiros apanham os carros para Bissau.
Segundo este responsável, a política do Governo é de tirar a população onde ela está para ter acesso aos transportes públicos, por isso a Viação e Transportes Terrestres decidiu prorrogar a linha até Ponta Vicente.
Luís Arcolino dos Santos esclareceu ainda que o seu serviço, na sua própria pessoa, falou, em Bissalanca, com os responsáveis do Sindicato dos Motoristas conjuntamente com os condutores e chegaram a um consenso de continuar a trabalhar. «Mostrei-lhes que, em termos de controlo, os polícias não chegam lá e ninguém lhes irá incomodar com pedidos da documentação», disse para de seguida retorquir que a população daquela zona enfrenta muitas dificuldades na circulação. «Todos somos humanos, somos o Estado e somos a população. Sinto muita pena dos meus parentes que saem daquela zona e andam a pé até ao terminal de Bissalanca», sintetizou Luís.
Este responsável acrescentou ainda que a própria população deu arranjos da estrada, colocando cascalho e pedras em sítios degradados, melhorando as condições de circulação das viaturas. «As pessoas sempre têm cargas pesadas e não é cómodo viajar em motos».
Luís Arcolino explicou ainda que a Viação e Transportes Terrestres tinha, anteriormente, fixado o primeiro terminal da linha do aeroporto no Bairro de Plack-II mas, dado a necessidade da população, estendeu-o para Bissalanca e criou outro terminal em Safim. Hoje, a linha de Safim tem mais dois terminais em Bissakel e em Djaal e a Viação vai ainda estender a circulação de toca-toca para a zona de Nhoma. «A moto cria mais estragos aos passageiros do que os carros», sublinhou Luís Arcolino.
Em decorrência da negociação com os condutores, o Serviço de Transportes e Planeamento, autorizou os mesmos que, em caso de ir até Ponta Vicente, que cobrem os passageiros 300 ou 350 francos CFA e o preço normal de 250 francos para Bissalanca mantém-se.
«As pessoas da zona de Ponta Vicente pagam 500 francos nas motos. Se os passageiros e forem cobrados ao preço de 350 francos, de certeza pagam. A população de alguma zona que fizer esse tipo de pedido e reunidas as condições reais, será atendido», enfatizou.
Bacar Baldé