O país infelizmente voltou a viver, mais uma vez, um revés na sua caminhada rumo à estabilização política e consolidação democrática. Uma contrariedade abrupta abateu sobre o país visando decapitar o Estado. Até 31 de janeiro, vésperas do fatídico dia 1 de fevereiro, era algo que não perpassava na mente das pessoas no mundo e muito em particular os guineenses.
Vai-se descortinando a miscelânea dos agressores constituídos por elementos vindos de fardados, entre militares, guarda nacional, Polícia de Intervenção Rápida, mais alguns políticos numa lista que a comissão ministerial de inquérito está a compilar. Como reza a velha máxima, no aperto e no perigo se conhece o amigo. Foram militares republicanos que desalojaram os atacantes e libertaram as autoridades do país debaixo de um forte tiroteio com armas pesadas e metralhadoras dos invasores.
Devemos ter em conta os esforços titânicos das autoridades, a começar pelo Chefe de estado, General Sissoco Embaló e o governo, liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Na Bian, em restituir a soberania ao país que estava a ser tutorada por organizações sub-regionais e intercontinentais (P5, ECOMIG E UNIOGBIS).
O regresso do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional na agenda de cooperação com as autoridades nacionais não foram meros acasos. Foram isso sim um trabalho notável do governo e, sobretudo, do ministro das Finanças.
O Governo, apesar das adversidades inerentes a um país como o nosso, tem pago os salários dos funcionários públicos em dia, ordenado ao pessoal diplomático das 23 representações existentes nos cinco continentes, as quotas do país nas diferentes instituições internacionais onde estamos inseridos. Agora, as nossas autoridades falam e são escutadas na sede da União Africana, nas Nações Unidas, na CPLP, na CEDEAO e na UMOA/UEMOA, graças ao forte empenho do Presidente da República e do Governo. Ou seja, uma afirmação do Estado no concerto das nações paulatinamente.
Essa tentativa de subversão de imediato impediu a vinda do presidente da comissão da UEMOA, o senegalês, Abdoulaye Diop, que seria acompanhado pelo nosso comissário, Mamadu Serifo Jaquité no dia 7 de fevereiro e mais outros encontros importantes, de delegações que viriam rubricar acordos de cooperação no país.
Os responsáveis materiais e morais não sabem os estragos causados ao país desde as mortes inocentes, danos materiais e sobretudo da possível inquietação dos principais parceiros do país. As detenções estão em curso até porque quem semeia vento colhe tempestade.
A França, na voz do seu embaixador no país elogiou a resiliência da nossa democracia que impediu a consumação desse ato graças aos valorosos militares republicanos que, com bravura, libertaram o Presidente da República, o primeiro-ministro e outros membros do governo.
Custou ouvir e ver nas redes sociais aparentemente saudáveis, guineenses, sem problemas psíquicos a relatar as cinco horas dramáticas de assalto armado ao Palácio do Governo onde se encontrava o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, primeiro-ministro, Nuno Gomes Na Bian e os outros membros do Governo numa sessão extraordinária do Conselho de Ministro. Guineenses entre mulheres e homens a augurar mortes na sua terra, a rirem-se e rezarem pela decapitação do Estado, mas o diabo foi surdo e mudo.
O eixo do mal mudou rapidamente de estratégia ao saber que a tentativa de golpe de estado falhou. Viraram-se nas redes sociais com uma chuva de rumores, feke news para baralhar as contas, confundir as pessoas, criar perturbação social e instalar o caos político. Mas como reza o ditado popular, mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.
Abduramane Djaló