Sociedade civil da Região de Gabu pede apoio que permita ser mais interventivo

As organizações da sociedade civil da Região de Gabu mantiveram audiências com Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, a quem uma delegação dos ativistas sociais solicitou apoios material e financeiro para poderem ser mais interventivos, sobretudo na sensibilização das comunidades sobre a pandemia da covid-19.

Saico Umaro Embaló revelou que a pluviometria do presente ano danificou diversas culturas agrícolas. No seu entender, essa situação poderá influir na quebra de produção e, em consequência, provocar uma situação de carência alimentar. Para minimizar uma crise do género, proporcionada por essa situação, a congregação da sociedade civil gabuense vem alertar o Chefe de Estado no sentido de apoiar medidas preventivas para o efeito.

Em resposta a estas preocupações, Saico Umaro Embaló disse que Presidente da República prometeu apoiar as organizações não governamentais para que possam continuar a desempenhar as suas funções sociais junto das populações mais carenciadas. 

Oito mil refugiados no país

A Guiné-Bissau acolhe, neste momento, cerca de oito mil refugiados, a maioria originária da República do Senegal e grande parte deles vive no país há já muitos anos, tendo um número considerável solicitado a concessão de nacionalidade guineense.

Essas informações foram reveladas pela chefe do Escritório do Alto Comissariado das Nações para os Refugiados (ACNUR) na Guiné-Bissau, Eunice Queta Esteves, à saída de uma audiência ocorrida no passado dia 19 deste mês com o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.   

“Apresentar ao Presidente da República o ponto de situação dos refugiados no país foi o objetivo da minha visita de cortesia”, disse Eunice Queta Esteves.

Aquela responsável mais informou ao Chefe de Estado das atividades que o ACNUR desenvolve, neste momento, o registo de nascimento dos refugiados que quiseram adquirir a nacionalidade guineense, no âmbito do processo de naturalização aprovado em 2017.

Segundo um levantamento feito na Região de Cacheu e no Setor Autónomo de Bissau, o país acolhe neste momento cerca de oito mil refugiados, sendo a maioria proveniente da República do Senegal, mais concretamente da Região de Casamança.

“A maior parte dos deslocados reside há muitos anos na Guiné-Bissau, tendo inclusive constituído família”, disse Eunice Esteves.

Criar negócios próprios é um dos apoios que o ACNUR vem prestando a estes deslocados ao longo dos muitos anos, concretamente a nível da horticultura, avicultura e outras atividades geradoras de rendimento.

“Esta organização não obriga nenhum refugiado a regressar ao país de origem”, acrescentou Eunice.

Entretanto, no âmbito do seguimento das audiências, a nova Direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), recentemente eleita e empossada, também manteve encontro com o Chefe de Estado. À saída, o novo presidente, Carlos Alberto Teixeira, disse que a audiência serviu para apresentar ao Presidente da República a constituição da nova estrutura que gere o futebol nacional.

“Entregámos ao Chefe de Estado a seleção de todos nós que seja o seu porta-bandeira em todo o mundo. Contamos com o apoio dele e da sua influência”, disse o presidente da estrutura federativa.

Uma delegação da Comissão de Vítimas do caso “17 de outubro de 1986” foi igualmente recebida no gabinete de trabalho de Umaro Sissoco Embaló. O porta-voz do grupo, Teté Sambu, não quis ir ao fundo da questão mas disse que saíram satisfeitos e com esperança de ver o caso resolvido.

Por outro lado, salientou que Umaro Sissoco Embaló é o único Presidente da República que aceitou receber as vítimas do caso 17 de outubro e até deu instruções para que sejam dados passos que ajudem a complementar o resto.

Texto e fotos: Aliu Baldé

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