O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural organizou ontem, dia 14, em parceria com o Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA), um seminário de restituição do novo Programa de Opções Estratégicas de Cooperação (COSOP), o qual, o Governo acredita que pode erradicar a pobreza extrema, a fome e é capaz de garantir a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável.
A cerimónia de abertura deste evento foi presidida pelo vice-primeiro-ministro, Soares Sambu. Na ocasião, o governante lembrou que o último COSOP para a Guiné-Bissau data de 2003, o qual tinha três objetivos estratégicos, particularmente facilitar o período de transição, na altura, e apoiar o desenvolvimento económico e social.
Para a atualidade, Soares Sambu disse que a situação global no país exige que os parceiros técnicos e financeiros como o FIDA acompanhem na luta contra a pobreza nas zonas rurais.
O vice-primeiro-ministro lembrou que, em janeiro de 2022, o FIDA iniciou consultas para a preparação do novo COSOP para os próximos oito anos, ou seja, 2023-2030, entretanto interrompido para ter em conta as recomendações da missão de avaliação da Estratégia do Programa Nacional do FIDA e vieram a ser retomadas essas consultas logo no princípio do ano e será apresentado ao Conselho de Administração em setembro próximo.
A Guiné-Bissau e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) têm uma longa história de cooperação. Desde 1983, o FIDA cofinanciou cinco projetos no país com o custo total de 116,1 milhões de dólares, dos quais contribuiu com 45,3 milhões.
Por seu turno, o diretor-geral da Agricultura, Júlio Malam Indjai, em representação do ministro, reconheceu que o país não pode continuar com o paradigma de lavoura arcaica. Anunciou que o Executivo está a labutar no sentido de mecanizar a agricultura para aumentar a produção e produtividade e exportar o excedente. “É possível”, acrescentou.
Segundo os dados anunciados pelo diretor-geral, no país a água doce para a prática da agricultura não faz falta, pois chove 40 mil milhões de metros cúbicos e a maior parte dessa água de chvca corre para o oceano, devido a falta do seu aproveitamento para a lavoura.
Por seu lado, o diretor do FIDA no país, Marcelin Norvilus, defendeu que para atingir os objetivos que o COSOP integra é necessário que se entenda os resultados de investimentos, os textos e as operações não estatais.
Marcelin Norvilus espera que o documento sirva de um plano orientador dos investimentos do próprio Governo, de outros parceiros de desenvolvimento mas muito particularmente para o FIDA. “Mas, antes, é preciso a sua aprovação nas instâncias competentes”, sublinhou.
Norvilus acredita que os investimentos do FIDA na Guiné-Bissau vão melhorar as condições de vida das populações camponesas e visam essencialmente ajudar a combater a pobreza duma forma mais abrangente.
O encontro visa ter em conta as observações dos participantes a fim de melhorar o documento que qualificaram de estratégico do FIDA para Guiné-Bissau. De referir que o Projeto REDE é um dos canais por onde passam os financiamentos de atividades agrícolas do FIDA para país.
Aliu Baldé