Centenas de trabalhadores do público e do privado, assim como reformados, filiados na União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), saíram à rua ontem, para protestar contra o aumento de preços de produtos da primeira necessidade e daquilo que consideram de gestão danosa dos fundos públicos.
O cortejo iniciou na sede daquela maior central sindical do país, com o destino à Assembleia Nacional Popular (ANP), para exigir os parlamentares a voltarem atrás nas suas decisões ao aprovar os novos impostos aos funcionários públicos e o aumento das taxas aduaneiras, que provocaram a subida dos preços de produtos da primeira necessidade nos mercados do país.
Infelizmente, os marchantes partiram da UNTG mas não conseguiram chegar ao destino, por terem sido impedidos pelas forças de ordem, que montaram um cordão com um forte dispositivo de segurança à frente do club de Sport Bissau e Benfica, na Avenida Domingos Ramos, alegadamente em proteção às embaixadas de Cabo Verde e do Brasil, que ficam próximas da sede da ANP.
Durante o percurso de cerca de quatro centos metros, UNTG/Benfica, os manifestantes foram assegurados pela Polícia da Ordem Pública, tendo decorrido de forma pacífica e sem incidente, onde os marchantes exibindo dísticos, com as seguintes frases: “Queremos aumento de salário mínimo de cem mil francos CFA; Marcha contra abuso policial; Nô fidjus misti bai escola”, entre tantas citações.
O secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, na sua comunicação, prometeu que a luta dos trabalhadores vai continuar até que o Estado saiba que os funcionários merecem viver de forma condigna e não devem ser explorados pelos políticos.
“Tenho a certeza que este país é viável, para fazer com que os trabalhadores sustentem os seus filhos em boas condições de vida, saúde, escola com espaços de lazer”.
Segundo Mendonça, muitas das vezes, os governantes dizem que o Estado fez empréstimo do mundo fora para pagar os salários aos funcionários públicos. “Onde estão as receitas que os trabalhadores produzem?”, perguntou.
O sindicalista afirmou que foram com estas receitas que os governantes construíram as suas mansões, comprando viaturas de luxo, mandar os seus filhos, esposas e amigos para estudos e os tratamentos médico na Europa e nos outros países mais desenvolvidos.
“Todos os partidos políticos têm os seus navios a pescar no nosso mar, para sustentar as suas formações políticas durante a campanha eleitoral, ou seja, os seus vícios pessoais”, acusou Júlio Mendonça.
Por outro lado, afirmou que não há nenhum militante de um partido político que paga quotas, “mas porque é que durante a mobilização de votos juntos ao eleitorado, exibem materiais de grandes valores monetários. “Será que os partidos têm empresas que produzem dinheiro?”
A terminar, o secretário-geral da UNTG reafirmou que a luta sindical vai continuar até que o Estado entenda que os trabalhadores merecem respeito e viver com dignidade.
Texto e foto: Fulgêncio Mendes Borges