Quando as previsões apontavam para pouco mais de 33 mil, eis que na Região de Quínara conseguiu-se inscrever mais de 36.016 potenciais eleitores, até dia 6 de fevereiro, ultrapassando assim em cerca de três mil a meta inicialmente traçada.
Os dados foram avançados ao Nô Pintcha pela coordenadora regional do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), numa altura em que o recenseamento eleitoral está no seu fim.
Durante os trabalhos, segundo Seynabu Faye de Almeida, a grande dificuldade foi a das máquinas, numa altura em que está-se a verificar muita poeira em Quinara devido à manutenção das estradas, fazendo com que os equipamentos tenham problemas de funcionar normalmente e precisem de limpeza regularmente.
“No cômputo geral, acho que o recenseamento está a correr bem na minha zona de intervenção. Conseguimos atingir o nosso objetivo e vamos esperar para encerrar, não obstante aparecerem a conta gota pessoas que procuram recensear-se”, explicou, adiantando que agora vão ficar à espera do período de reclamações.
Considerou que as outras dificuldades encontradas são normais, apontando o exemplo de terem uma pessoa recenseada por duas vezes. “Ela foi inscrita mas antes de lhe entregar o cartão, apressou-se e foi-se embora sem paciência de esperar pelo documento. Havia problema de impressão por causa de poeira. Então, ela foi para outra mesa recensear para pegar o cartão na hora. Felizmente, conseguimos ultrapassar esse problema”.
Seynabu da Almeida indicou que em nalguns setores da região de Quinara houve também complicações ligadas à problemática das mulheres que utilizam o véu islâmico. Mas o assunto igualmente ficou resolvido após elas terem sido sensibilizadas de que a lei guineense não permite recensear alguém com véu, portanto, podiam tirar só por alguns minutos e continuar depois.
Outro aspeto que criou contrariedades tem a ver com a colocação das mesas, porque nalguns setores e tabancas, houve aumento das populações, pelo que estas reclamaram a colocação de brigadas nessas localidades.
Neste sentido, a coordenadora regional deixou bem claro que o GTAPE trabalha em sintonia com os cartógrafos que, através de mapas, determinam onde as brigadas podem situar-se. E essas pessoas também foram informadas como mandam as regras, sabendo que trabalha-se “dentro de enquadramento legal”.
Mas aquela dirigente disse compreender as dificuldades que os populares sentem em deslocarem-se cerca de três quilómetros para o efeito recenseamento. Por isso, prometeu que nos próximos censos isso será tomado em conta, nomeadamente junto aos técnicos de cartografia.
A responsável aproveitou o jornal Nô Pintcha para agradecer os supervisores e todos os seus colaboradores “pela excelente forma de colaboração e empenho” que cada um imprimiu durante esses dois meses de trabalho, pois os dados eram fornecidos todos os dias, apesar das dificuldades de locomoção e comunicação. A seu ver, só isso poderia permitir alcançar um resultado positivo.
A região de Quinara conta com 14 brigadas de recenseamento, cada um contando com três elementos.
Ibraima Sori Baldé