A Região de Bafatá depara com a insuficiência de professores. O diretor regional da Educação disse que há necessidade de contratar 357 docentes para o preenchimento das vagas, diminuindo a sobrecarga que os pedagogos têm admitido nos seus horários, de forma a não deixar os alunos prejudicados.
O Nô Pintcha esteve em Bafatá para constatar e reportar alguns assuntos que mexem com a vida pública dos cidadãos a nível da região. Na entrevista com o diretor-regional da Educação, Adama Seidi disse que, além da necessidade de professores, também fazem falta para a aprendizagem dos alunos materiais didáticos, nomeadamente livros de leitura e de exercício para o ensino primário.
Adama Seidi confirmou que a necessidade de professores na região tem a ver com a decisão deste Executivo que, na reunião do Conselho de Ministros, suspendeu o grosso número de docentes que já vinham trabalhando na Função Pública há algum tempo.
“O Ministério da Educação está a preparar um plano de recrutamento do pessoal docente para o preenchimento das vagas existentes. Neste âmbito, entregámos uma lista de necessidades à tutela, porém, não sei até quando será atendida”, adiantou.
“A Direção-Regional da Educação teve que reunir com os professores para lhes solicitar o consentimento de sacrifício nos seus horários e estamos a trabalhar nessas condições de sobrecarga horária, isto para não ficar nenhum aluno fora do sistema educativo”, referiu.
O responsável assegurou que o primeiro trimestre do ano letivo terminou com sucesso em termos de funcionamento das escolas, pois, não houve interrupção no ano letivo por motivos de greve ou razões de outra natureza.
“A nível da Região de Bafatá funcionamos com 356 escolas, entre as quais, 225 são públicas, 95 comunitárias, 30 são privadas, 3 madrassas e uma (1) em regime de autogestão” listou.
No presente ano letivo, Adama Seidi certificou que frequentam as aulas um total de 73.787 alunos a serem lecionados por pouco mais de 1000 professores.
Para superação de algumas dificuldades enfrentadas, Seidi enalteceu o papel dos parceiros sedeados na região, destacando o Plan Internacional para a Guiné-Bissau que assegurou o fornecimento da energia elétrica à Direção-Regional e o FEC que também tem prestado apoios à estrutura regional máxima da educação, sem esquecer as doações do Banco Mundial em motorizadas para os inspetores para observações de aulas.
A Direção-Regional da Educação manifestou-se preocupada com a falta de água potável nas escolas. Para mobilidade necessária e condigna do diretor-regional e seu staff, a instituição não dispõe de nenhuma viatura.
Abandono escolar
Sobre o abandono escolar, o diretor-regional disse que a prática é frequente no período da colheita de caju em que os pais mandam seus filhos às hortas em detrimento de aprendizagem.
“No sentido de erradicar o abandono escolar, a direção-regional, em colaboração com os pais e encarregados de educação temos feito várias ações de sensibilização sobre os efeitos nefastos de afastamento prematuro de alunos nas escolas”, explicou.
Adama Seidi revelou que a escolarização das meninas tem subido na região, contrariamente a tendência de há alguns anos. “Os rapazes estão na ordem de 37.723 alunos, enquanto as meninas compõem o número de 36.064, comparativamente aos anos anteriores a diferença é pouca. Significa que a tendência de escolarização feminina está a subir ”, notou.
Falta de universidade e escolas técnicas
De acordo com o diretor-regional da Educação, anualmente acima de 600 alunos concluem o 12º ano de escolaridade, porém. a falta de universidade e escolas técnicas fazem com que um número elevado de jovens saiam da região para Bissau a procura de formações superiores, agravando a falta de mão-de-obra nos campos.
Conforme Adama Seidi, a instalação, à partir de 2017, de escolas de formação média, bacharelato e superior tem ajudado bastante na retenção da massa juvenil no espaço jurisdicional da Região de Bafatá, por um lado. Por outro, diminuiu as práticas nefastas no seio da juventude.
“Temos Bimantex (licenciatura); Instituto Politécnico (licenciatura); Centro de Formação de Professores (bacharelato); Centro de Formação Pedagoga (bacharelato); Escola Nacional de Administração (ENA-Bafatá) (curso médio) nas especialidades de contabilidade, administração e outras.
Aliu Baldé