O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse que celebrar o 19 de Setembro, data da fundação do partido, é renovar o compromisso alinhando ao trabalho, a capacidade e a energia para a criação do bem-estar do povo.
Domingos Simões Pereira falava hoje na sede nacional do partido, no âmbito das comemorações dos 67 anos da existência do PAIGC, na presença dos embaixadores de Cuba, Raul De La Penha Silva, da Rússia, Alexandre Hederov, da Venezuela, e do encarregado dos Negócios da República Popular da China, Don Wishuam, bem como da viúva de Amílcar Cabral, Ana Maria Cabral e da ex-primeira-dama, Lucete Cabral.
Para Pereira, celebrar 19 de Setembro é comemorar Cabral, render homenagem aos combatentes da liberdade da pátria e enaltecer a epopeia dos jovens, mulheres e homens que consagraram suas vidas à luta pela liberdade.
“Pela liberdade e autodeterminação, deve-se apreender com as mulheres e homens que não só lutaram para proclamar a independência, mas também por uma vida melhor, para educação, saúde para a população e construção da nação, na paz e prosperidade, elevando a fasquia do desenvolvimento”, afirmou.
Admitiu que existe ainda longo caminho a percorrer e muito por fazer, razão pela qual diz que não se pode desperdiçar o tempo e a energia. “Há que retomar a caminhada e nunca mais interrompê-la”.
O presidente do PAIGC defendeu que há necessidade de se repor os fundamentos ideológicos do partido, porque “ninguém tem a paciência nem disponibilidade de perder tempo, e todos querem ser atendidos, já.
“Estamos na casa de Amílcar Cabral e perante os combatentes que se tivessem escolhido os mesmos valores materiais não estaríamos aqui hoje a celebrar”, salientou.
Domingos Simões Pereira afirmou que ninguém reconhece e nem se orgulha do país e da realidade que se vive, e que, por isso, exorta a todos a se mobilizarem para promover a mudança desta realidade, que diz “depender só de nós” e não daqueles que tentam impedir a construção desta Nação. “Se dependesse da oposição ou de adversários, Cabral não teria triunfado com os combatentes”,
“Mês de profundas reflexões“
O secretário nacional da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), Ussumane Camará, disse que os dias inerentes às celebrações de Setembro Vitorioso são de muitas e de profundas reflexões a volta do legado do Amílcar Cabral, face aos desafios da ética contemporânea, demonstrando o quão pensamento político do fundador da nacionalidade guineense mantém-se atuais ao ponto de não sermos capazes em produzir as alternativas a ele.
Segundo este responsável, não é o critério que importa, não aquele homem que aponta como homem forte ou fraquejado, ou onde aqueles que realizaram algo poderiam tê-lo feito melhor.
Ussumane Camará afirmou que o PAIGC é um partido criado numa altura em que era fundamental em ter uma ideologia, e Cabral foi capaz de conceder esse pensamento, de formar uma sociedade livre, justa progressiva e desenvolvida.
Adelina Pereira de Barros