Os corpos sociais da Confederação Nacional das Organizações de Imprensa (CNOI) foram empossados hoje, 1 de julho, em Bissau, para um mandato de três anos. O ato contou com a presença dos representantes de diferentes instituições do Estado.
Na ocasião, o presidente da CNOI, Alen Iero Embaló, pediu aos membros da sua direção, no sentido de trabalharem com mais determinação, fazendo com que a organização seja exemplar na luta pela defesa dos interesses da classe.
O líder da confederação explicou que a organização que dirige é um dos parceiros e não adversário das outras organizações existentes no país. No entanto, deixou claro que a CNOI é apartidária supra religiosa assim como defensora da coesão social e opõe-se a conceitos étnicos e raciais.
O presidente aproveitou a ocasião para explicar às diferentes organizações jornalísticas do país de que a luta é da confederação centra-se entre outros objetivos a dignificação de jornalistas e técnicos que labutam dia-a-dia em condições precárias e auferem salários miseráveis.
Para o decana da comunicação social guineense “se unirmos em torno da confederação, significa que cresceremos juntos pela mesma finalidade”, disse citando um adágio burquinabê.
A confederação é o interlocutor das organizações jornalísticas do país em variadas formas de estruturação e organização junto do Governo, da comunidade internacional e das diferentes organizações internacionais e sub-regionais.
Por isso, a CNOI assume-se como fiel porta voz das estruturas de jornalistas e de técnicos nos planos internos e externos.
Governo preocupado
Por seu turno, Sidney Monteiro em representação do Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, enfatizou que o Governo está profundamente preocupado com a forma como uma parte da comunicação social tem feito o seu trabalho perigando a paz social o que não coaduna com os ditames da ética e da deontologia profissional.
Para o conselheiro de imprensa do Primeiro Ministro a Comunicação social deve pautar-se pela construção de uma sociedade pacífica e de progresso em que vivamos todos em paz e em harmonia. “O Primeiro Ministro pediu a Confederação das Organizações de Imprensa para trabalhar arduamente para que seja regulada a atividade jornalística do país”, disse.
Sidney Monteiro disse que os jornalistas devem informar e formar com isenção e objetividade. “Assistimos um recuo em relação ao pluralismo democrático no país do 1992 que deu lugar à liberdade de imprensa e de expressão acabando com o monopólio que havia na altura”.
A mensagem do Primeiro Ministro transmitida pelo seu conselheiro mostra alguma inquietação com a deriva da imprensa e as redes sociais que podem perigar a paz social.
As desinformações e rumores que têm caracterizado o trabalho de alguns órgãos de informação mereceu forte reparo do conselheiro da imprensa do Primeiro Ministro que apelou responsabilidade profissional, respeito pela ética e lei de imprensa que balizam a profissão jornalística do país.
Monteiro garantiu à direção da CNOI o total apoio do Governo, enquanto parceiro social da primeira linha acrescentando ainda que o executivo está disposto a colaborar com a nova organização da classe jornalística do país.
Por sua vez, o Secretário-Geral do Ministério da Comunicação Social, Mamadu Sanó, em representação do seu ministro, Fernando Mendonça, pediu à união no setor da comunicação social, com o objetivo de fazer valer os seus direitos e, consequentemente, desenvolver o setor da comunicação social.
O presidente do Conselho Nacional da Comunicação social, Ladislau Embasa, desejou aos empossados um mandato profícuo e produtivo. Contudo, alertou, que a organização vai ter um desafio pela frente, que, seguramente, será espinhoso e ao mesmo tempo muito aliciante para consolidação da afirmação da classe dos jornalistas e de todos profissionais de imprensa.
No entender daquele magistrado, o setor da comunicação social é crucial para a consolidação da democracia que, desde que foi implantada em 1994 até a data presente, tem tido enormes problemas.
De lembrar que a CNOI foi criada numa Assembleia Constituinte, realizada em Bissau, no passado dia 6 de Fevereiro do ano em curso, tendo Alén Iero Embaló, decano da comunicação social eleito, por unanimidade, presidente da organização, num universo de 35 delegados vindos de todas diferentes organizações de jornalistas do país.
Texto e foto: Fulgêncio Mendes Borges