População de Farim beneficia de barcaça para a travessia do rio

Farim foi descoberto em 1641 pelo capitão-mor de Cacheu, que na altura foi obrigado a mudar para um local menos vulnerável ao ataque de tribos africanas. É uma cidade que pertence ao sector do mesmo nome, capital da Região de Oio e localiza-se na margem norte do rio Cacheu.

Segundo o censo demográfico de 2009 o sector possuía uma população estimada em cerca de 48.  264 habitantes,  sendo  8 661 concentram-se na zona urbana da cidade.

O nome da cidade “Farim” deriva do título dado ao rei dos mandingas local, grupo étnico predominante, que habita no centro da cidade e na outra margem do rio até junto da fronteira com o Senegal que é ocupada maioritariamente por fulas.

As principais atividades económicas são agricultura, criação de gados e um pouco de comércio, que é dominado por senegaleses e guineenses de Conacri. 

Os populares dessa zona vivem uma situação difícil na travessia do rio, devido à falta de jangada. Perante essa situação, são obrigados a riscar a travessia a canoas ou pirogas.

Em janeiro de 2015, uma piroga a motor naufragou no rio quando fazia a ligação entre as duas margens com 14 pessoas a bordo. Nesse incidente morreram cinco pessoas e outros sofreram ferimentos graves e ligeiros.

As autoridades administrativas, depois do naufrágio, adotaram algumas medidas restritivas que visam atenuarem os riscos de navegação, como o uso obrigatório de colete de salva-vidas e redução de números de pessoas ao bordo.

Cumprimento das promessas eleitorais

Depois de vários anos sem jangada, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, usou a sua magistratura de influência junto de alguns países amigos, com o objetivo de suprir as dificuldades de populares de Farim. Foi nesse sentido que conseguiu uma barcaça para aquela travessia.

Entretanto, sobre esse assunto, o jornal “Nô Pintcha”, falou com o diretor-geral do Fundo Rodoviário, Mamadu Saico Djaló, que na ocasião confirmou que conseguiram a barcaça graças à intervenção do Chefe de Estado.

Segundo aquele responsável, a sua instituição não disponibilizou nenhum fundo para aquisição da referida embarcação.

Na explicação de Mamadu Saico, o Presidente da República, depois de tomar conhecimento das dificuldades que os populares de Farim atravessam, começou logo a entabular contactos para arranjar uma jangada, mas apenas conseguiu a barcaça.

De acordo com o diretor-geral, Sissoco Embaló não conformou com a situação, continuou a procura de uma jangada com maior capacidade quer para Farim, assim como para a travessia de Tchetche, no Setor de Boé.

Mamadu Djaló disse que a barcaça ainda não começou a navegar devido alguns acertos técnicos que ainda são necessários, mas no entanto, a sua instituição está a providenciar para ultrapassa-los.

“Se tudo correr como previsto ainda na primeira semana de setembro a barcaça pode começar a navegar. Já fizemos a primeira experiência a partir da qual descobrimos que ainda falta alguns trabalhos técnicos”, esclareceu.

Na opinião desse responsável, a barcaça chegou no exato momento, porque na época chuvosa o risco de naufrágio aumenta devido ao mau tempo. Por outro lado, pediu desculpas aos populares daquela localidade pelos transtornos causados nas suas atividades de renda, “mas isso não significa que o governo esqueceu do seu compromisso. Ele sublinhou que fizeram várias tentativas de encontrar uma jangada mas ainda não conseguiram.

O repórter tentou, sem sucesso, contactar o administrador do Setor de Farim, mas sem sucesso. Os populares dessa localidade receberam a barcaça com uma satisfação enorme, na medida em que vai ajudar muito nos transportes de pessoas e carregas de um lado para outro, que em tempo atrás para faze-lo levavam horas a fio.

Alfredo Saminanco

About The Author

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *