Os agentes da polícia de Mansabá deparam com grandes dificuldades de funcionamento. Aliás, na esquadra local falta quase tudo quanto necessário para o bom desempenhos dos policiais, cuja missão principal é zelar pela segurança da população e dos seus bens.
A instituição não tem condições mínimas para garantir o patrulhamento à noite, e não dispõe de pelo menos uma motorizada para prestar serviços de emergência, sobretudo quando se trata de apreensão de suspeitos de crime.
Durante esta reportagem, deparamos com um agente sentado com uma boina de cor preta na mão esquerda, assegurando uma escova de dentes na mão direita, que adaptou como pincel e um frasco com tinha de cor verde ao lado, tentado mudar a cor daquela peça. Isso, de certa maneira, evidencia as carências que esses homens enfrentam nesse aquartelamento policial da zona norte do país.
Segundo uma fonte junto da referida esquadra, muitos polícias, até mesmo oficiais, estão totalmente desanimados com a vontade de abandonar o país a procura de melhores condições de vida no exterior, como tem estado a acontecer nas outras unidades policiais. “Mesmo que não tenhamos oportunidades para emigrar, ponderamos abandonar o serviço para procurar outro emprego”, confessou a fonte.
Afirmou não terem as mínimas condições de trabalho para desempenhar a sua função constitucional. Confidenciou que muitas das vezes os agentes colocados em Mansabá ficam sem alimentos, e são obrigados a “mendigar” junto de conhecidos ou da população.
Por outro lado, a fonte revelou que não existe nenhuma cela na esquadra para encarcerar os criminosos, o comando é obrigado aplicar castigo, baseado no trabalho de limpeza, e os casos mais graves são transferidos para Farim, sede regional de Oio.
Atualmente, a esquadra funciona em casa emprestada por um particular, a pedido de ministro do Interior na altura, em meados de julho de 2017, quando este visitou aquela unidade policial, para se inteirar da situação que os seus agentes viviam.
O governante ordenou a demolição da antiga esquadra que tinha somente ploblema de cobertura, com promessa de, dentro de dois dias, trazer zincos, blocos, cimentos, ferros, madeiras de cofragem, entre outro, para arrancar as obras de construção de raiz de novo edifício no mesmo espaço.
Por outro lado, disse que alguns agentes deparam com problemas de saúde, que tem aumentado, na medida em que o acesso aos serviços básicos tornou-se mais difícil, devido à falta de meios financeiros.
Face a essa difícil situação, exorta ao Governo, em particular o Ministério do Interior, no sentido de prestar mais atenção a seus agentes, quer em termos de infraestruturas, assim como equipamentos e alimentos, para fazer face às dificuldades com que se deparam os agentes policiais, sobretudo os de Mansabá, que fazem cobertura de 133 tabancas, distribuídas numa área de 1.963,75 quilómetros quadrados.
Importa frisar que a nossa reportagem tentou, sem sucesso, obter informações junto do comando da Policia local, com justificação de que são fardados e, como tal, não podem falar da instituição sem prévia autorização superior.
Fulgêncio Mendes Borges