Partidos políticos preparados para eleições autarquias

Na semana passada, dia 11 do corrente mês, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Pedro Sambu, entregou ao Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, o novo cronograma eleitoral e disse que a sua equipa está preparada tecnicamente para realização de eleições autárquicas ainda este ano. Sobre o assunto, o Nô Pintcha auscultou os partidos políticos com assento parlamentar, que afirmam estarem prontos para esse pleito eleitoral.

PAIGC

O líder da bancada parlamentar do PAIGC afirmou que a realização das primeiras eleições autárquicas no país é desejável e bem-vindo. Califa Seidi lembrou que em 2014, depois das eleições legislativas que o PAIGC venceu, constava do seu Programa de Governação “Terra Ranka”, a realização desse pleito eleitoral, que estava prevista para 2017. “Mas, isso não aconteceu por razões que todos sabemos – a queda do Governo”.

“Se hoje estão criadas condições para a sua realização, o PAIGC só pode congratular-se desde que sejam feitas em conformidade com a lei eleitoral”, disse Seidi.

Na opinião daquele político, a realização das autarquias vai proporcionar o desenvolvimento harmonioso às regiões, promovendo assim uma governação participativa.

Segundo ele, as eleições autárquicas vão permitir mais concorrência entre partidos políticos nas regiões. “Esta é boa iniciativa da CNE de lançar este embate, e se possível ainda este ano”.

Questionado se o PAIGC está pronto para as autarquias, aquele dirigente assegurou que a sua formação política sempre está pronto para enfrentar qualquer embate político a qualquer momento, “mesmo que seja hoje”.

Madem G-15

Para o secretário Nacional do Movimento para Alternância Democrática (Madem G-15) a Comissão Nacional das Eleições está em ativo para cumprir com o seu papel, porque todas as instituições do país estão para respeitar a Constituição da República e as demais leis.

Tomás Gomes Barbosa lembrou que depois da abertura democrática, com a realização das primeiras eleições pluralistas em Julho de 1994 a Guiné-Bissau tem realizado sempre as eleições presidenciais e legislativas, contudo, o país não completou o ciclo da democracia, porque faltam as autarquias.

No entender daquele político, a realização das eleições autárquicas vai permitir o poder estar mais próximo do povo, resolver problemas das populações rurais.

“Quero afirmar que o Madem G-15 está preparado para qualquer desfio”, disse Barbosa, acrescentando que a sua formação política “foi criada com intuito de procurar soluções, ou seja, alternativa para os guineenses”.

De acordo com Gomes Barbosa, a realização das autarquias vai facilitar a promoção do desenvolvimento a nível do país.

“Só com autarquias que podemos desenvolver o nosso país. As cidades estão degradadas, aliás, tudo o que é herdado dos colonos portugueses em termos de infraestruturas está destruído, não há espaços de lazeres, para não falar da urbanização, sobretudo em Bissau”, lamentou Gomes Barbosa.

Para sair dessa situação, o político apontou a realização das eleições autárquicas, para que os políticos ou partidos mostrarem a sua capacidade de desenvolver as cidades e vilas.

APU-PDGB

O presidente do Conselho Nacional de Fiscalização Económica e Financeira da Assembleia do Povo Unido – Partidos Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) firmou que a sua formação política está com “ansiedade” de ver concretizada as eleições autárquicas.

Augusto Gomes questionou como é que essas eleições vão ser preparadas, embora, “saibamos que a Comissão Nacional de Eleições é o único órgão competente e autónomo para a gestão de todo o processo eleitoral. Mesmo assim, acrescentou, esta instituição deve estar preparada tecnicamente para que o processo seja credível.

O político lembrou que, muita das vezes, quando se realizam eleições, sempre surgem reclamações e, nesse sentido, “é bom que os responsáveis do processo mantenham o equilíbrio, na base de transparência, para permitir que o vencedor seja reconhecido pelos eleitores.

Augusto Gomes afirmou que APU-PDGB está pronto a qualquer momento que for chamado para o embate eleitoral, desde que o processo seja legal e credível. 

Importa salientar que, o Nô Pintcha tentou, sem sucesso, contatar o PRS, União para a Mudança e o PND, três dos seis partidos com assento parlamentar.

Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges

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