Praticamente em cima da campanha eleitoral para a constituição democrática de mais uma legislatura – a sétima da “democracia eleitoral” guineense -, veio agora o FMI tecer rasgados elogios à liderança do Presidente da República Úmaro Sissoco Embaló, de longe, o maior ativo político e diplomático de que dispõe a Guiné-Bissau.
Aferido na mais recente avaliação (de maio de 2023) do programa denominado “Facilidade Alargada de Crédito” (FEC) acordado com aquela importante instituição financeira global, esse público reconhecimento da performance executiva demonstrada pelo Governo guineense – note-se -, que é um Executivo de iniciativa presidencial, vem, de facto, estabelecer um patamar novo, bem mais elevado de credibilização internacional do nosso país. Quem te viu, ontem – ó Guiné-Bissau – e quem te vê, hoje!
Mas, bem vistas as coisas, esta notação internacional de performance, talvez muito mais do que salientar a relevância de um bom desempenho programático do governo guineense na área das finanças públicas – e as avaliações periódicas, como se sabe, vão prosseguir até completar três anos –, anuncia, sim, uma maior exigência técnica aos profissionais da área e, por isso mesmo, uma responsabilização renovada. Na verdade, o Executivo guineense está posto diante de uma fasquia agora bem mais alta, um conjunto de metas que vai ter de atingir e ultrapassar. Tem de fazer esse caminho que ainda é um caminho longo, não isento de dificuldades, mas é, sem dúvida, um caminho gratificante. É um percurso necessário para que – como sublinhou o Administrador do FMI na sua carta endereçada ao Chefe de Estado guineense -, “sob a direção do Presidente da República continuemos a fazer progressos significativos para um futuro melhor”.
Uma vez que este governo de iniciativa presidencial praticamente já chegou ao fim do seu mandato e, por conseguinte, um novo governo vai ter de entrar em funções dentro de pouco mais de um mês – temos de nos perguntar -, o que é que nos espera? Ou melhor dizendo: o que é que nós todos temos de fazer para – citando ainda o Administrador do FMI -, desenvolver o “nosso programa de reforma com vista a reforçar a boa governação e a lutar contra a corrupção” sob a liderança transformadora do Presidente Úmaro Sissoco Embaló?
As expectativas são, certamente, animadoras apesar de uma conjuntura internacional muito complexa e cenários macroeconómicos muito voláteis, condicionantes esses que há que se ter em devida conta. Porém, o primeiro teste que temos de enfrentar e vencer é um teste que só depende de nós. É um teste interno e, evidentemente, a sua natureza é política e institucional, um teste, por assim dizer, de maturidade democrática. Que passa pelo sucesso das próximas eleições, e isso só pode significar uma coisa: a vitória da própria democracia, e não apenas uma vitória do “meu próprio” partido, ou uma vitória do “teu próprio” partido.
Parabéns, Presidente!
Viva a Guiné-Bissau!
Por: Fernando Delfim da Silva