Governo suspende atividades suscetíveis de aglomerar pessoas

O Ministério da Saúde Pública anunciou, na última segunda-feira, dia 16 de março, a suspensão das aulas nas escolas públicas e privadas de todo o país, até ao final do mês. A decisão do governo, liderado por Nuno Gomes Nabiam, vem expressa num comunicado com efeito a vigorar desde às 17 horas deste mesmo dia.

Também no mesmo dia 16, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento insta o governo a intensificar a campanha de sensibilização com vista a consciencializar a população sobre a prevenção do coronavírus.
Em nota de imprensa enviada à Rádio Sol Mansi, o movimento exorta o governo a instruir as autoridades locais e o governo regional e as suas respetivas administrações setoriais a subsidiarem por meio dos fundos provenientes das receitas produzidas localmente nas rádios locais a fim de estes, em colaboração com as autoridades sanitárias, poderem veicular as mensagens e recomendações com vista a contribuírem na massificação das informações dos riscos de contágio da pandemia de coronavírus.
A população é recomendada a acatar e a cumprir “rigorosamente” as recomendações dos agentes da saúde sobre a forma como evitar a doença do coronavírus com o apelo  a ser extensivo às organizações da sociedade civil para se juntarem, sem reservas, “na luta sem tréguas” a par das entidades sanitárias por forma a  darem o se necessário contributo.
As palavras de encorajamento foram endereçadas aos técnicos da saúde à dedicação e entrega incondicional na prevenção do coronavírus, protegendo as populações.

Populações acatam apelo
Já  no dia anterior,  ou seja, no dia 15, o governo, através do Ministério da Administração Territorial e Poder Local, ordenou a suspensão de todas as atividades culturais que agrupam dezenas de pessoas
A medida do governo engloba também o encerramento gradual das barracas de convívio  instaladas no Bairro de Ajuda aquando das festividades do carnaval.
Esta decisão insere-se no quadro da prevenção da pandemia do coronavírus, que está a ceifar milhares de vidas em quase todo o mundo, numa altura que já se registam casos no Senegal e na República da Guiné, dois países com uma vasta linha fronteiriça com a Guiné-Bissau.
O governo reuniu-se com as vendedeiras das barracas, em Bissau, para anunciar as medidas do governo.

Entretanto, o ministro de Administração Territorial e Poder Local do governo de Nuno Nabiam mostrou-se satisfeito com o cumprimento das orientações anunciadas pelo seu executivo, sobre as medidas de prevenção do coronavírus.
Segundo aquele governante, as mesmas medidas estão a ser cumpridas por pessoas que estavam a preparar a ida ao «fanado tradicional» no interior do país.
“Vamos continuar a seguir com a mesma orientação junto de outras tabancas que já tinham fixada a data para a realização desta tradicional cerimónia”, promete.      
Apesar do cumprimento, em parte, das medidas anunciadas pelo governo, Fernando Dias recorda aos guineenses que a única forma de evitar esta pandemia é a prevenção, tendo em conta a fragilidade do sistema de saúde nacional.
“Neste momento só temos a dizer a toda a comunidade guineense que colaborem porque a Guiné-Bissau é um país muito frágil em termos de prevenção da saúde, pois não temos condições sanitárias suficientes para combater uma doença do género.”

Instituições não cumprem medidas de prevenção
Com tudo isto, a maioria das instituições públicas e privadas do país ainda não estão a cumprir com uma das medidas essenciais de prevenção que é a lavagem das mãos.

De acordo com uma ronda feita pela Rádio Sol Mansi, nos palácios do Governo e da Justiça, Ministério da Saúde Pública, Hospital Nacional Simão Mendes «onde o grosso número de pacientes do país procura tratamento médico», não têm as medidas higiénicas à entrada desses edifícios. Apenas se constata medidas higiénicas à porta de entrada do supermercado Darling de Bandim. Logo à entrada há um balde com água e lixívia onde os clientes são obrigados a desinfetar as mãos antes de entrarem. A mesma medida é adotada nas instalações da Rádio Sol Mansi.

Guineenses pedem encerramento das fronteiras
Igualmente, a população do Setor de Cacine, no sul do país, está preocupada com o primeiro caso do coronavírus que foi confirmado na Guiné-Conacri tendo em conta a vulnerabilidade da entrada e saída dos estrangeiros nesta zona.
Ouvidas pela rádio Sol Mansi, os populares de Cacine disseram que temem pelas suas vidas e, por isso, como medida de prevenção querem que as fronteiras daquela zona sejam encerradas até que a situação esteja controlada.
“Todos os dias são centenas de pessoas que atravessam a fronteira e isso é muito perigoso para a população de Cacine. Para nós, a única solução viável é o fecho, o mais rápido possível, das fronteiras.”
In/Rádio Sol Mansi

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