A papaia é uma fruta muito nutritiva que auxilia o processo de emagrecimento e, segundo nutricionistas, ela tem muitas fibras e poucas calorias (por cada 100gramas tem apenas 39 calorias).
Além de ter poder laxativo, que ajuda a resolver problemas de obstipação, as suas fibras solúveis ajudam a reduzir o colesterol, tal como a manga e a papaia possui dez vezes mais vitamina C que a laranja.
Esta importante fruta está em desaparecimento rápido nas regiões leste da Guiné-Bissau, devido ao aumento de nível das temperaturas motivado pelo avanço da seca.
A papaia, à semelhança de outras frutas como a laranja, está a desaparecer de forma acelerada nos últimos anos nas regiões de Gabu e Bafatá, reduzindo assim a variedade de frutas consumíveis pela população que muito ajudam na saúde e nutrição.
A maioria das papaias consumidas atualmente no leste é proveniente de outras regiões do país ou dos países vizinhos, caso da Guiné-Conacri e Senegal.
Segundo constatou a reportagem de Nô Pintcha, o desaparecimento desta importante fruta nutricional e medical está também relacionada ao fraco investimento no setor frutícola.
Os agricultores estão mais virados à produção de caju, talvez por ser mais fácil e rápido de conseguir o rendimento sem, no entanto, ter noção das consequências da monocultura de caju.
O Governo também tem prestado pouca atenção ao setor frutícola, tanto do ponto de vista de investimento como na sensibilização dos camponeses para apostarem na variação das culturas como garante de segurança e soberania alimentar.
Até finais de década de 90, as regiões de leste da Guiné-Bissau tinham grandes quantidades de frutas, tais como laranja, papaia, goiaba, banana, limão, ananás e mangas, esta última quase única fruta sobrevivente que resiste a seca.
Mas mesmo assim eram subaproveitadas, onde grandes quantidades de frutas são desperdiçadas, ficando a disposição dos animais, devido ao desconhecimento da população das técnicas de tratamento e conservação.
Além destas, as regiões de leste dispõem, também, de enormes frutassilvestres, nomeadamente cabaceira, veludo, fole, farroba, tambarina, tambacumba, chabéu que também são subaproveitadas, devido ao fraco conhecimento do valor que têm sobre a saúde humano em geral e dos mecanismos e técnicas de processamento e conservação destas.
Origem de papaia
Origem da papaia sendo que a tónica desta reportagem é sobre a papaia, importante sublinhar que ela é originária da América Tropical, onde era cultivada antes da descoberta da América. Dali, foi levada para outras zonas, pelos espanhóis e, atualmente, cultiva-se em zonas tão longínquas como Austrália, África e América. A papaia é originária da América Tropical, onde era cultivada antes da chegada de Colombo.
Também se podem efectuar tratamentos com calor para eliminar insectos. As condições ótimas de conservação da papaia variam segundo o estado de maturação em que se colhem. Se são colhidas verdes ou com um quarto da sua superfície amarela devem-se manter a 13ºC.
Deve ser consumida, por exemplo, como sobremesa de refeições mais pesadas e com mais gorduras, uma vez que estimula a digestão. É uma fruta extraordinária e com grandes propriedades em abono da sua saúde. Em qualquer circunstância mas sobretudo se estiver a tentar perder peso. Os 17 benefícios da papaia, segundo estudos realizados por alguns estudantes universitários em defesa de tese que dedicaram estudo sobre valor da papaia, concluem que ela possui17 benefícios:
1. Fonte muito rica de vitamina C (a papaia possui 10 vezes mais vitamina C que a laranja);
2. O betacaroteno presente na papaia, ajuda a combater os radicais livres – retardando o processo de envelhecimento e auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares;
3. Os betacarotenos e a vitamina C presentes na papaia fortalecem o sistema imunológico, ajudando o corpo a prevenir infecções, gripes e constipações;
4. É rica em vitamina A, cálcio, fósforo, ferro e sódio;
5. Contem papaína, uma enzima digestiva que ajuda a regular desordens digestivas;
6. Possui carpaína, ou seja, é uns alcalóide que facilita a digestão de carne e outros alimentos pesados;
7. Possui grande quantidade de fibras solúveis, o que ajuda a reduzir o colesterol;
8. Tem poder laxativo, que auxilia na obstipação;
9. É fonte de carotenóides que atuam na prevenção de doenças da retina;
10. Contem fibras solúveis que ajudam na redução do colesterol;
11. Possui características anti-inflamatórias, antioxidantes, emolientes, e diuréticas;
12. Acelera o processo de cicatrização, quando aplicado sobre feridas;
13. Ajuda no controle da diabetes;
14. Quando consumida regularmente, ajuda a prevenir infecções de cólon;
15. O consumo diário por mulheres grávidas, ajuda a evitar náuseas e enjoos matinais;
16. Ajuda a minimizar as dores que quem sofre de osteoporose, artrite e edema;
17. Ajuda a controlar irregularidades menstruais.
A papaia pode ser comida crua, natural ou com umas gotas de limão, servida em saladas, em forma de sumo, como gelado ou mesmo como ingrediente de bolos, neste caso evite o açúcar.
Ausência da política de dinamização
O maior hand-cap do desenvolvimento do setor frutícola na Guiné-Bissau deve-se a ausência e/ou fraca implementação da política de produção frutícola que permite incentivar os agricultores a dedicarem-se a fruticultura como estratégiade promoção da economia familiar e reforço de segurança alimentar e nutricional.
Por exemplo, na região sul do Senegal, que faz fronteira com o leste e norte da Guiné-Bissau também com as mesmas condições climatéricas, mas produz enorme quantidade de frutas, tais como banana, laranja, papaia, manga e ananás que, por vezes, são vendidas na Guiné-Bissau.
No passado recente, os senegaleses vinham procurar laranjas, mangas, cabaceira, farroba, veludo, tambarina e fole na Guiné-Bissau e até mandioca e mancara com baixos preços e levavam para o seu país, ganhando muito dinheiro.
Era um circuito comercial muito rentável para os senegaleses enquanto para os guineenses era um desperdício. Tudo devido à falta de técnicas de tratamento, transformação e conservação destas frutas para dar maior valor aos produtos.
Mesmo em termos de produção hortícola, o Senegal possui grandes potencialidades, abastecendo o mercado nacional com legumes e hortaliças, quando devia ser o contrário, porque a Guiné-Bissau possui melhores condições para a produção hortícola. Mas, a falta de meios materiais e de infraestruturas de apoio, limita a capacidade produtiva das horticultoras.
Os campos de produção hortícola existentes, maioria não dispõem de condições infraestruturais, levando as horticultoras ao enorme sacrifício sobretudo na obtenção de água para irrigação dos perímetros.
Apenas poucos beneficiaram de apoio de projetos de desenvolvimento comunitário executados pelas organizações não-governamentais com financiamentos dos seus parceiros.
É o caso da DIVUTEC que apoiou mais de 30 campos hortícolas nas regiões de Bafatá e Gabu, beneficiando mais de 900 horticultoras, através de fornecimento de materiais, equipamentos, sementes, vedação de perímetros e construção de poços melhorados para irrigação hortícola.
O propósito dos apoios é reduzir o sacrificio das horticultoras e aumentar a produção e produtividade para melhorar o ingresso económico das mesmas, assim como contribuir para a melhoria do quadro nutricional da população.
Outras organizações de desenvolvimento tambhém fizeram o mesmo, mas ainda falta muito por fazer para a exploração das potencialidades existentes em termos de produção hortícola, reduzindo a dependência do país aos produtos importados.
Mas, de ponto de vista da política do Governo, apesar de estar bem explicita no PNIA, mas a sua aplicabilidade prática contínua a quem de expetativas.
Riscos de insegurança alimentar
Outrossim, as regiões de leste correm o risco de insegurança alimentar devido ao avanço da seca, onde mesmo em algumas zonas a prática da agricultura torna-se cada vez deficitária, com a diminuição da precipitação, reduzindo assim a produtividade.
As duas regiões que eram consideradas de celeiro do país em termos de produção do milho cavalo, preto, bacil, assim como da mancara já perdeu este estatuto, limitando a população consumir mais o arroz importado e, em alguns casos, pouco apropriados para o consumo, sobretudo o arroz que é vendido nos períodos da campanha de comercialização de castanha de caju.
Os bas-fonds consideradas zonas potenciais de produção do arroz, em várias zonas secam-se cedo, deixando as culturas estagnadas, reduzindo assim a produtividade.
Urge assim tomada de medidas atenuantes para prevenir os riscos de insegurança alimentar que ameaçam as regiões de leste atualmente predominadas com a monocultura de caju, o que passa necessariamente pelo aumento de investimento no setor agrário, sensibilização dos camponeses e criação de condições infraestruturais de apoio à produção agrícola, hortícola e frutícola.
Nesse sentido, o Governo deve redobrar esforços para aumentar investimento no setor agrário como base de desenvolvimento do país e garante da segurança e soberania alimentar e nutricional das populações.
Djuldé Djaló