A Guiné-Bissau está com falta de recursos humanos suficientes e qualificados para dar respostas aos desafios sanitários, revelou ontem o diretor-geral da Promoção e Prevenção de Saúde à margem da 24ª Reunião dos Peritos de Saúde da Organização Oeste Africana de Saúde (OOAS – CEDEAO).
Em declarações à imprensa, Agostinho Indumba disse que o encontro de peritos a nível do espaço comunitário vai permitir ao país expor os seus problemas na área de saúde para, em conjunto com essa organização, procurar soluções.
“Um país que não tem capital humano suficiente, que é espinha dorsal de qualquer sistema administrativo, mesmo tendo todos os equipamentos de última geração não terá capacidade de dar respostas”, vincou o diretor-geral.
Para ele, o que está na origem dessa situação é a falta de capacidade financeira do Governo para permitir o ingresso de novos quadros. Segundo a sua explicação, não se pode admitir uma pessoa, sem no entanto garantir o seu salario, “uma realidade que está afetar bastante o funcionamento de alguns hospitais e centros de saúde.
Entretanto, Indumba asseverou que a reunião dos peritos visa analisar a situação de saúde nos 15 países que compõem essa organização, e que as conclusões saídas do encontro serão submetidas aos respetivos ministros de saúde para decisão final.
De acordo com esse responsável, a ideia da OOAS é traçar um plano de garantia de assistência médica e medicamentosa a toda população da CEDEAO, principalmente as pessoas que se encontram nas zonas mais remotas. “A OOAS funciona como a OMS no espaço comunitário, por exemplo, recebe as orientações dessa organização mundial sobre as estratégias e políticas a serem adotadas e, por sua vez, comunica os países membros”, esclareceu.
Por sua vez, o diretor-geral da Organização Oeste Africana de Saúde, Melchior Joel Aissi, realçou o esforço do Presidente da República e do Governo em dar apoio para a realização dessa reunião de Guiné-Bissau.
Taxa de mortalidade
O diretor-geral da OOAS afirmou que os indicadores da taxa de mortalidade materna infantil nos Estados membros da CEDEAO são muito preocupantes, e a sua melhoria está a decorrer de uma forma lenta, tendo revelado que a principal causa dessas mortes continua a ser, o paludismo.
Reconheceu que o sistema de saúde no espaço comunitário ainda se mantém vulnerável, embora os trabalhos estejam a ser desenvolvidos para cumprimento da Visão 2030 da CEDEAO.
Melchior Joel Aissi assegurou que a reunião dos peritos é determinante para finalizar os documentos do próximo encontro dos ministros, que terá lugar no dia 13 do mês em curso.
Alfredo Saminanco