País regista mais de 234 casos de AVC que não pára de crescer.

Os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) vulgarmente conhecido entre nós por trombose, estão a crescer de forma rápida no país, tendo sido registado de janeiro a agosto deste ano, mais de 234 casos, dos quais 53 amputados.

Relativamente ao ano passado, foram registados 123 pessoas com trombose, onde 20 pacientes são mutilados e em 2019, foram registados 145 casos e 102 amputados.   

Portanto, os técnicos ligados à saúde explicam que as causas da trombose estão relacionadas com os vasos que levam o sangue ao cérebro, entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral, que fica sem circulação sanguínea. É uma doença que ataca mais os homens e é uma das principais causas de morte e incapacitação no país.

Em entrevista exclusiva ao Nô Pintcha, o diretor-geral do Centro de Reabilitação Motora, João Kenedy de Pina Araújo, explicou que aquela unidade recebe especificamente os doentes com problema cardiovascular. “Não recebe casos de cardiorrespiratório (AVC), por falta dos especialistas na área de cardiologia.”

No que toca ao fluxo dos pacientes que procuram o centro, Kenedy de Pina disse que em 2019, antes da pandemia de Covid-19, 140 pessoas com AVC, em 2020, com a intensidade do confinamento, o centro recebeu 123 indivíduos e este ano, de janeiro a agosto, ultrapassa as 234 pessoas. Isto, segundo ele, demonstra que os casos de trombose estão a subir cada vez mais no país. “É bom que as pessoas comecem a refletir sobre seu estado de saúde mental e físico”, enfatizou.

Condições de trabalho e recursos humanos

Relativamente às condições do centro para dar resposta a essa doença, Kenedy de Pina afirmou que o referido estabelecimento reúne todas as condições em termos técnicos, para receber qualquer paciente de trombose.

Explicou que o tratamento é ambulatório, com o paciente a ser acompanhado pelos familiares diariamente durante a terapia e o centro compensa e acompanha de perto a dieta alimentar dos doentes e os sucessivos exercícios físicos que são submetidos pelos técnicos. 

Quanto aos equipamentos, Kenedy fez saber que a instituição não reúne todas as condições, mas os profissionais têm dado o seu máximo, de acordo com o material disponível.

“A “única técnica que o centro utiliza mais barato e funcional, é a Apicultura, que é medicina tradicional chinês, porque agulha é um instrumento totalmente diferente com um aparelho para fisioterapia, que custa entre dois a cinco mil euros, enquanto a agulha tradicional chinês com uma caixa a custar seis mil francos CFA”.

Kenedy disse que utilizam constante tratamento físico, como massagem, exercício individual e coletivo entre doente com o preparador físico, para que os pacientes recuperem mais rápido.

Sobre a recuperação de pacientes, o diretor-geral do centro esclareceu que tudo depende do nível da lesão, se é severo ou alto, “não há hora, dia semana ou tempo determinado para a recuperação”.

“Há pacientes que recuperam rápido, como aqueles com AVC transitório, por exemplo, pode ser atingido rápido e assim pode recuperar sozinho rapidamente, em relação às pessoas com AVC miorrágico, dependendo do nível da lesão, isto é, se a lesão for leve, pode recuperar rápido em relação à lesão mais severo”, esclareceu João Kenedy.  

Historial do centro

O Centro de Reabilitação Motora, criado em 1981, foi destruído completamente pelo conflito político-militar de 7 de junho de 1998, e viria a ser recuperado em 2009, através do fundo da CEDEAO, equipado pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha e reinaugurado no dia 25 de março de 2011. 

No entanto, o médico avisa para a redução de sal nos alimentos e menos consumo de alimentos ricos em gordura ruim, aquela que se deposita nos vasos sanguíneos.

Alertou a necessidade de as pessoas controlarem constantemente o peso para se manterem saudáveis; procurar um médico para saber do seu peso ideal e o que fazer para eliminar o excesso de gordura de forma que não prejudique a sua saúde.

Além da dieta, afirma que uma boa forma de reduzir a pressão arterial é adotar a prática de exercícios físicos. Mas, antes de começar, faça uma avaliação médica. Também é importante evitar bebidas alcoólicas e tabaco, porque diversos estudos mostram que essa substância aumenta consideravelmente as possibilidades de AVC.

Médicos salientam que alguns tratamentos anticoncecionais podem favorecer o surgimento de trombose, principalmente em mulheres fumantes, com hipertensão arterial ou que sofram de hemialgia.

Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges

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