País beneficia de barco de transporte com capacidade para 340 pessoas

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, procedeu, no sábado passado, dia 12 do mês em curso, à entrega e inauguração oficial do navio Centenário de Amílcar Cabral, doado pelo governo português ao Estado da Guiné-Bissau.

No seu discurso, o Chefe de Estado disse que o ato testemunha reforço dos laços de amizade e da cooperação existente entre a Guiné-Bissau e Portugal, esclarecendo que os contactos para a cerimónia que agora se realiza, começaram desde o primeiro ano do seu mandato.

Sissoco Embaló afirmou que tem trabalhado sempre no relançamento da cooperação entre os dois países, aliás, foi por isso que beneficiamos deste barco e anunciou que está para vir 21 autocarros que vão reforçar a rede de transportes terrestres de passageiros e a minimizar o sofrimento das populações, que focam horas e horas à espera desse meio.

Disse acreditar que, com a chegada desse navio ao país, as localidades de Bolama, Bubaque e Entchudé sairão do isolamento a que se encontram há vários anos.

Apelou que seja arranjada uma empresa competente capaz de assegurar a gestão e a manutenção permanente dessa embarcação, defendo assim a necessidade de criação de oficinas navais para garantir a operacionalidade do navio.

O Presidente da República afirmou também que está determinado para a reconstrução do país, razão pela qual, promete trabalhar afincadamente para tirar as ilhas do isolamento e ligá-las às zonas continentais, onde pretende melhorar as infraestruturas rodoviárias.

Investimento de cinco milhões de euros 

Por seu lado, o secretário de Estado de Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, Nuno Sampaio, disse que o seu país investiu mais de dois milhões de euros nesse projeto, que contou com o conhecimento técnico do estaleiro ETE, permitindo assim dotar o navio com uma grua de carga de cinco toneladas.

Informou que o investimento português garantiu também a manutenção preventiva do navio, a formação da tripulação e dos técnicos responsáveis pela manutenção como forma de garantir a sustentação da operação e gerar conhecimento local.

Nuno Sampaio assegurou que o barco vai responder uma necessidade evidente e essencial, aumentando não só a capacidade de ligação entre Bissau e as ilhas, assim como os níveis de segurança das ligações marítimas, o que oferece uma alternativa mais eficiente para transportes de pessoas e cargas, evitando as embarcações mais precárias, como as pirogas.

O governante português assegurou que Lisboa está firmemente empenhado em apoiar a Guiné-Bissau no processo de desenvolvimento, adiantando que o Programa Estratégico de Portugal representa um instrumento importante na relação bilateral entre os dois países.

Revelou que, no âmbito desse programa, aquele país europeu disponibilizou mais de mais de 60 milhões de euros para ajudar na consolidação da paz, da educação, saúde, bem como segurança e defesa, também tem apoiado no fortalecimento da sociedade civil.

Ilhas são prioridade do momento

Para o ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital, a Guiné-Bissau é um país insular, principalmente, se se considerar a plataforma que cobre o total das suas ilhas, pelo que é preciso um navio para tirar essas zonas do isolamento, que tem o seu impacto na mobilidade de pessoas e bens.

Marciano Silva Barbeiro disse que o governo está ciente das dificuldades de mobilidade da população, quase em todo o território nacional e, por isso, está-se a redobrar esforços para responder e satisfazer às necessidades do povo, tendo revelado que o principal objetivo do executivo neste momento está virado às ilhas.

De salientar que o navio Centenário de Amílcar Cabral tem a capacidade para 340 passageiros e respetivas cargas e, também, transporta veículos. Foram adaptadas uma grua de cinco toneladas de carga, uma lancha que permite a recolha de passageiros, mesmo em localidade em que haja cais.

 

Alfredo Saminanco

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