Organizações femininas apelam união no seio das mulheres guineenses

O mundo celebrou o 8 de Marco, Dia Internacional da Mulher, sob o lema: “Mulher na liderança, alcançar um futuro igualitário num mundo de Covid-19”, e a Guiné-Bissau não foi exceção, tendo diferentes organizações das mulheres, congregadas no Espaço da Concertação, realizado palestras e animações culturais na Praça Titina Silá.

A ocasião serviu para a coordenadora do evento agradecer às mulheres pela realização do mesmo, a fim de as proporcionar um momento de paz, porque passaram anos de medo, de pandemia da Covid-19, provocando a redução de rendimentos.

Para Catarina Viegas, estando em vésperas de eleições, as mulheres devem preparar-se muito bem para a corrida, para que consigam ser aquelas que terão posições no seio dos seus partidos, lembrando da existência da Lei de Paridade e cuja aplicação é muito fraca.

Lucinda Barbosa Aukarié, presidente da Associação das Mulheres Juristas, pediu a união e a responsabilidade comum no seio das mulheres guineenses, seja de que esfera política for, uma vez que unidas alcançarão os objetivos.

A coordenadora da WANEP, Denise dos Santos, repisou na mensagem forte do secretário-geral que das Nações Unidas e disse que foram as mulheres que mais sofreram com a consequência da pandemia da Covid-19. Pediu ações efetivas para acabar com a violência de género, ter um mundo igualitário, de justiça. “Onde se fala da igualdade de género é preciso acelerarmos o relógio no que tem a ver com direito das mulheres”.

Denise convidou a todas as mulheres guineenses no sentido unirem esforços, porque só com o trabalho e a sinergias conseguem atingir as metas.

Em representação da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, referiu alguns aspetos, demonstrando que no multipartidarismo e segundo a Constituição da República, os homens e as mulheres têm mesmo direito, apesar de se constatar a “distância enorme” nas esferas da tomada de decisões. “Precisamos mudar as mentalidades, deixarmos de pensar que igualdade e equidade do género são beneficiárias somente às mulheres”, frisou.

Por sua vez, a presidente do Conselho das Mulheres disse que o Estado pouco faz a favor das pessoas com deficiência, não está a envidar esforços no sentido de contribuir para a integração efetiva ou inclusiva em todos os serviços.

Ana Muscuta Turé afirmou ainda que até agora as pessoas com deficiência continuam a ser discriminadas, rejeitadas, estigmatizadas e isoladas pela família, e vai continuar um trabalho árduo até que haja a apropriação e a vontade política para poder acolher as questões de deficiência.

Ela exigiu a observância da lei e uma maior consciencialização da sociedade sobre os seus direitos, tendo encorajado a toda a sociedade no sentido de levar com muita seriedade.

Recorde-se que o dia 8 de março é comemorado como Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, desde 1975. Nesse dia, em 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve ocupando a instalação para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas cerca de 130 mulheres operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica e queimadas.

Adelina Pereira de Barros

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