Cerca de cinco dezenas de operadores turísticos nacionais e representantes dos serviços ligados ao setor estão reunidos num Ateliê Nacional de Reforço de Capacidades dos Membros da UEMOA, na implementação da Conta Satélite do Turismo, que decorre de 27 a 1 de março.
Organizado no quadro do acompanhamento dos Estados-membros na realização da Conta Satélite do Turismo, o evento conta com o apoio da Organização Mundial do Turismo.
No ato da abertura dos trabalhos, o ministro do Turismo e Artesanato afirmou que no espaço da UEMOA, o setor goza de enormes potencialidades naturais e culturais diversificadas e singulares.
Segundo Alberto Demba Turé, essas potencialidades conferem ao setor turístico de importantes desafios socioeconómicos. “Daí a razão dos respetivos Chefes de Estado e de Governo tomarem o devido engajamento de erguer turismo dentre os sectores económicos prioritários da União”.
O governante assegurou que esses engajamentos são concretizados através da Política Comum do Turismo, que visa fazer do espaço comunitário, “um mercado regional integrado, atrativo e acessível, que oferece produtos turísticos diversificados, de qualidade, visíveis e competitivos”.
Por outro lado, Demba Turé disse que a Conta Satélite do Turismo é, simplesmente, destacar o Setor do Turismo no cálculo geral da Conta Nacional, ou seja, é um instrumento estatístico que permite a elaboração e análises sobre o perfil e a evolução do sector comparável ao total da economia, medido pelas contas nacionais.
“Quando se fala da Conta Nacional, refira-se em outras palavras o Produto Interno Bruto (PIB) em dado período, o que engloba, em conjunto, vários setores económicos. Mas, no caso da Conta Satélite do Turismo, refira-se a rentabilidade só do Setor do Turismo na Economia Nacional”, esclareceu o governante.
No entender do ministro do Turismo, esse ateliê é continuidade da iniciativa de 2022, no quadro das exigências da Organização Mundial do Turismo aos Estados membros da UEMOA, para que seja implementada a Conta Satélite do Turismo nos respetivos países. “Isto demonstra, de forma clarividente a vantagem da globalização e significa também que a Guiné-Bissau não está isolada no mundo”.
No entender de Demba Turé, essa linha de ação será um enorme benefício para os técnicos nacionais dos serviços concernentes aqui presentes, nomeadamente os Serviços de Estatística do Ministério do Turismo e Artesanato, do Instituto Nacional de Estatística, da Migração e Fronteiras e das organizações profissionais da Indústria Turística e Hoteleira.
Por outro lado, o ministro aproveitou a ocasião para agradecer à Comissão da UEMOA e à Organização Mundial do Turismo pela resposta, em tempo certo, das necessidades do nosso país.
Por seu turno, o Comissário e encarregado do Departamento Humano da UEMOA afirmou que o turismo, hoje, é interpelado a contribuir em primeiro plano dos crescimentos das economias nacionais dos países pelos diferentes choques e crise mundiais que “temos enfrentado, particularmente nos países da sub-região que enfrentam crises como o terrorismo e sanitárias que vivemos nos últimos tempos”.
Por isso, segundo Mamadu Serifo Jaquité, os decisores e investidores devem optar por mecanismos e medidas fortes que contribuam para uma mudança efetiva e visível no setor do turismo. Neste sentido, acrescentou, os dados estatísticos permitirão uma decisão clara e estratégica para o desenvolvimento do setor.
A finalizar, Serifo Jaquité afirmou que a Conta Satélite do Turismo contribui na obtenção de informação estratégicos fiáveis, coerentes e a apropriadas sobre os fatores socioeconómicos ligados ao turismo que são integrados nas estatísticas económicas e sociais que impactam outros domínios em diferentes fases do desenvolvimento territorial.
Fulgêncio Mendes Borges