O Secretariado do Observatório de Democracia e Governança (ODG) formou 40 emissários que vão atuar em todo o território nacional, no domínio da transparência de gestão dos fundos do novo coronavírus e o direito a informação, uma atribuição constitucional.
O ato culminou com o lançamento do projeto da Transparência em Tempos de Covid-19 (TTC) e foi financiado pelo Pro-PALOP através da União Europeia, com a coordenação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e outras organizações internacionais sedeadas no país.
O Observatório de Democracia e Governança se propõe em analisar através do inquérito e cruzamento de dados como foi feito a gestão dos recursos disponibilizados ao Estado e às outras organizações durante a pandemia do novo coronavírus na Guiné-Bissau.
O projeto da Transparência em Tempos de Covid-19 visa alertar as autoridades pela necessidade de respeitarem a gestão transparente da coisa pública.
Numa entrevista exclusiva ao jornal Nô Pintcha, após o encerramento da formação, o secretário executivo do Observatório de Democracia e Governança, Saibana Baldé afirmou que os embaixadores que foram formados vão ter possibilidades de recolher dados nas regiões e no Setor Autónomo de Bissau.
Baldé informou que durante estes trabalhos a sua organização já deu o conhecimento as autoridades do país, em particular, a Comissão Interministerial e assim a de Alta Comissária de Luta Contra a Covid-19 e todos os responsáveis regionais do país.
De acordo com o responsável máximo da ODG, os cidadãos precisam de ter o acesso às informações necessárias sobre a gestão da coisa pública sobretudo neste período de Covid-19 que assola o país, sobretudo criar ambiente de transparência e confiança entre o Estado e os cidadãos.
“Esta organização vai ser vigilante e intransigente na promoção de prestação de contas e da gestão da coisa pública, com total rigor, legalidade e imparcialidade, colocando-se ao lado dos factos e da verdade” explicou Saibana Baldé.
O secretário executivo do Observatório de Democracia e Governança na Guiné-Bissau assegurou que esta é uma grande oportunidade da sua organização em prosseguir os seus objetivos, de fazer com que a sociedade se aproprie da necessidade de prestação de contas da parte das entidades que são incumbidas de gerir o bem, pertencente a todos os guineenses.
“Sabemos que há muitos fenómenos maléficos na nossa sociedade, que não permitem o desenvolvimento do país, nomeadamente, a não existência de infraestruturas, de condições sanitárias e de educação, porque aquilo que é de todos nós não é gerido da melhor forma e isso leva o país a perder”, disse Baldé.
Saibana Baldé aproveitou a ocasião para pedir a sociedade guineense que se envolva ou seja mais vigilantes naquilo que é de toda a gente. Apelou aos governantes a colaborarem com o seu projeto, porque a essência do “nosso trabalho é colocar uma luz sobre o seu desempenho para que juntos possamos construir um país altamente reconhecido pela boa governação e livre de corrupção”.
Texto e foto: Fulgêncio Mendes Borges