A campanha de comercialização da castanha de caju continua a deparar-se com grandes atrasos, sobretudo no que diz respeito à exportação.
Estando já em finais de maio, deveria haver o produto em grande quantidade em Bissau, o que não é caso nesta altura, pois vai chegando a conta gotas à capital para efeitos de exportação. E segundo um empresário que trabalha no setor, até à data presente, os operadores económicos ainda não têm em mãos os respetivos alvarás de exportação.
A abertura oficial da campanha foi feita no passado dia 4 de abril, mas as novas regras emitidas pelo governo em relação aos impostos deixou alguns protestos por parte dos agricultores e intermediários, que consideram as mesmas de injustas.
Isso atrasou a época por mais de um mês, levando finalmente o seu começo para o final de maio corrente. Neste momento, sabe o jornal Nô Pinthca que, por causa da dissolução do parlamento pelo Presidente da República, todo o trabalho oficial abrandou e aguarda-se a formação do novo governo para que tudo possa ser retomado normalmente.
“Portanto, devido às referidas regras impostas pelo governo, a campanha de caju deste ano está significativamente atrasada e os embarques estarão ainda mais atrasados. Esperamos que haja novo executivo o mais rápido possível, para que os trabalhos sejam retomados. Acreditamos que o novo executivo fará de tudo para ajudar na resolução da situação”, declarou um empresário ao nosso jornal.
Viaturas e motorizadas para reforço de fiscalização
Entretanto, o ministro do Comércio reconheceu, ontem, que há uma série de constrangimentos, sendo que a questão de exportação é aquela que vai dificultar a presente campanha, mas afiançou que “o processo está muito bem encaminhado”.
Tcherno Djaló, que falava na cerimónia de entrega de 12 motorizadas e seis viaturas para o reforço de capacidade operativa das equipas de inspeção, colocadas no terreno, confirmou que tem havido fuga da castanha para além fronteiras.
“A fuga não diz respeito apenas às regiões de leste e norte, mas também ao sul do país, onde tradicional acontecia o contrário. Ou seja, a castanha saía da Guiné-Conacri para cá e este ano está a acontecer o oposto”, informou.
Para “salvar a campanha”, o ministro disse que era necessário que houvesse interação entre os setores do Estado, pelo que o Ministério das Finanças recentemente desbloqueou fundos para a compra dos materiais ora doados. Segundo ele, nesta altura, existem mais de 400 fiscais no terreno, que contam com o apoio da Guarda Nacional.
No entanto, o governante deu conta que o Presidente Umaro Sissoco Embaló fixou a meta de não baixar dos resultados obtidos no ano passado, é um desafio que promete enfrentar e fazer de tudo para que a campanha tenha os êxitos pretendidos.
Por outro lado, Tcherno Djaló afirmou que a campanha começou atrasada devido aos acontecimentos de 1 de fevereiro, que desprogramaram tudo o que estava planeado, deixando o país parado durante 15 dias.
Apesar disso, disse que está a praticar-se um bom preço, que varia entre 400 e 500 francos CFA o quilo.
Ibraima Sori Baldé