Trata-se de Abdu Djau o novo presidente da associação dos barbeiros da Guiné Bissau.
A eleição desse jovem empreendedor, no ramo de barbearia, aconteceu durante uma assembleia geral constituinte realizada, em Bissau, no dia 13 de fevereiro e que contou com duzentos profissionais. A tomada de posse ocorreu no dia 27 de Fevereiro, em Bissau.
O novo presidente eleito anunciou que o país conta com duzentos barbeiros e apenas três elementos são profissionais e que possuem formação académica da área.
Abdu Djau acrescenta que a luz dos estatutos, os associados elegem apenas o presidente e cabe ao eleito indigitar seus colaboradores mais diretos.
A direção eleita prioriza recenseamento de todos os barbeiros e a elaboração de um plano de atividade para o presente ano.
“O país dispõe de apenas dois a três barbeiros profissionais que vivem do seu trabalho”, disse para acrescentar que é urgente o recenseamento de todos.
Ele afirma que o setor era dominado por nigerianos mas atualmente o cenário mudou radicalmente pelo domínio dos nacionais.
O presidente da associação dos barbeiros apela ao CENAI, Centro de Formação Profissional, para disponibilizar formadores brasileiros no âmbito da formação profissional que Brasil dá aos jovens guineenses.
“Ouvimos todos os dias apoios do estado direcionados para outras profissões e nunca se lembram dos barbeiros”, lamentou.
Abdu Djau sublinhou que única coisa que querem é a organização e formação profissional dos barbeiros nacionais. “Eu vivi um cenário atípico, aqui em Bissau. Assisti um problema. Um governante foi cortar cabelo a um barbeiro. O trabalho foi mal feito. O Governante irritou-se e eu pedi calma no final aconselhei ao jovem barbeiro a não aventurar em cortes que não domina”, disse. Acrescentando que o Governo deve lembrar sobre essa profissão.
Falta de fiscalização
A falta de fiscalização pode levar a Saúde pública estar em perigo de contaminação por serviço prestado em algumas Barbearias espelhadas um pouco por todo o país devido a falta de higienização adequada. Atualmente algumas barbearias utilizam produtos inapropriadas entre quais, água colonia, lubrificantes de máquinas de costuras para desinfetar os materiais de cortes de cabelos e de mais utensílios para o efeito.
Segundo relato de alguns utentes de Barbearias de Cidade Bissau, a maioria desses serviços não tem as mínimas condições para prestar um bom trabalho, divido a má condição higiénica, e a falta dos produtos cosméticos para fazer face a situação.
Prova disso, o repórter do Jornal Nȏ Pintcha visitou diferentes Barbearias espalhadas em alguns Bairros de Bissau e constatou in loco que os serviços oferecidos deixam muito a desejar.
Os proprietários das referidas Barbearias, não se preocupam com a higienização do local muito pelo contrário só se importam mais com o lucro, pondo em perigo a vida da população em risco enorme, sobretudo a falta desinfeção das máquinas.
Os barbeiros enganam os clientes simulando água colonia inserida no frasco de álcool.
Tanto como utilizado para lubrificação das máquinas de costura, uso de esponjas, escovas, toalhas e demais materiais sem pensar na saúde da população.
Responsabilização profissional
Tudo isso o Jovem empreendedor proprietário de Barbearia Abdu Djau situado no Bairro Militar reconheceu a existência daquela situação, mas tudo segundo ele, se deve à falta de profissionalismo e a responsabilidade no trabalho.
Admitindo que ele não tem formação na área, mas pratica aquela atividade por experiência adquirida ao longo dos muitos anos. “Hoje em dia auto formei-me a mim mesmo, através das pesquisas da, nas redes sociais”, disse para depois acrescentar que hoje em dia tudo é fácil.
Djau também criticou as entidades componentes em particular serviços das indústrias que fiscalizam aquele setor de não fazer seu trabalho como deve ser permitindo a proliferação das Barbearias por todo o país sem as mínimas condições de funcionamento. Para ele, isso põe a vida da população em risco de ser contaminada por VIH (SIDA) e demais doenças transmissíveis.
Questionado sobre mecanismos a utilizar caso vier ter escassez dos produtos cosméticos.
Abdu Djau admitiu recorrer ao uso do isqueiro ou micro-onda para desinfetar as suas máquinas em vez de água colonia que é inapropriada.
Apoio aos reclusos
Abdu Djau, que já ofereceu seus serviços de corte de cabelos a reclusos de algumas penitenciárias em Bissau, não escondeu a realidade da situação de muitas barbearias sem mínimas condições de funcionamento e com produtos inapropriados.
Ele mostra-se otimista e disse que o serviço fala por si mesmo. A sua barbearia recebe as diferentes personalidades de classe social desde políticos, empresários, emigrantes, jovens entre outras pessoas.
̏Com tantas complicações sabemos que a dificuldade nunca falta, mas sempre sou otimista. Apostei na inovação e hoje em dia consegui empregar três jovens, com salários em dia, e tudo está indo muito bem”. Explicou Djau.
Ela perspetiva para este ano 2022 a continuidade da campanha de corte de cabelos para os prisioneiros, afirmando que os anos atrás tem feito a mesma coisa nos calabouços da Polícia Judiciaria (PJ), e em seguido nos outros lugares similares do país.
Em referência às modas mais usadas em cortes de cabelos no país assinala as seguintes: a pintura, pigmentação e degradé conhecido popularmente por ( KUMEM BAS) mais versado para a classe juvenil.
Na mesma linha de opinião Alberto Da Silva formado no centro Ussumane Diouf, na República vizinha de Senegal, em Dacar, no Bairro (Piquin).
Da Silva condena, sem reservas, o uso de produtos inapropriados sobretudo a água colonia que é altamente perigosa que pode provocar uma explosão com consequências incalculáveis.
Sustentando que a forma mais adequada, e recomendada em caso de escassez de produtos cosméticos seria o usar de micro-ondas ou isqueiros para o efeito porque servem para desinfetar as lamines e dentes das máquinas, depois lubrificar as mesmas com óleo indicado para tal antes de voltar a usar.
Frisou ainda que tudo deve-se a falta de profissionalismo, dos recursos humanos qualificados para esse setor que hoje na Guiné-Bissau emprega centenas de jovens aflitos por falta de emprego. Essa razão terá conduzido essa avalanche a procura de trabalho nas Barbearias em todo país.
“Essa prática de “assalto às barbearias” por jovens que querem ocupação de ganha-pão é vista a olhos nu pelos responsável dos serviços do Ministério da indústria que deveria regular o setor a nível nacional”, disse.
̏Algumas das pessoas principalmente proprietárias das Barbarias não se importam com saúde pública, mas sim com seus locros̋ frisou.
A finalizar esse jovem apela a classe alta, média-alta e pessoas que dispõe de meios para apostarem na criação de centros de formação cosmética no país.
Abduramane Djaló e Francisco Gomes (colaborador)