O novo embaixador português na Guiné-Bissau apela aos utentes que procuram vistos para Portugal a enveredarem pelos “canais próprios” e que evitem seguir “os esquemas” para obtenção de quaisquer documentos.
Miguel Filipe de Sousa Silvestre lançou este apelo ontem, dia 7, momentos após entregar ao Presidente Umaro Sissoco Embaló as cartas que o acreditam como novo represente de Portugal junto ao Estado guineense.
Em declarações aos jornalistas, o diplomata luso disse que as autoridades portuguesas estão empenhadas em criar mecanismos que permitam um acesso “inclusivo e equitativo” de todos aqueles que solicitam os serviços consolares da embaixada, mas lembrou que há limitações por parte da instituição de procedimentos necessários de observar e as capacidades humanas.
No entanto, referiu que Portugal está plenamente empenhado na implementação do acordo sobre mobilidade no quadro da CPLP, assinado em Luanda e, em relação à Guiné-Bissau, também tem feito esse esforço.
O facto é que, segundo este diplomata, o número de visto à Guiné-Bissau tem crescido em cerca de 50 por cento cada ano. “Só para terem noção, em 2021 emitimos cerca de seis mil vistos; em 2022, mais de nove mil vistos e em 2023, terminámos o ano com quase 14 mil vistos emitidos”, informou, reconhecendo, entretanto, que muitas pessoas também ficaram sem conseguir aquela oportunidade e que se queixam.
O embaixador manifestou a sua disponibilidade e dos seus colabores para poderem continuar o percurso que une Lisboa e Bissau, entre os quais a soberania de cada Estado, trabalhar também juntos na promoção dos valores comuns no âmbito da CPLP.
É nessa junção dos países e povos, o desejo comum de avançar que disse vir apoiar e seguir as pegadas dos seus antecessores com toda a equipa da embaixada.
“Trabalharemos para tentar corresponder às solicitações das autoridades guineenses. Estaremos muito atentos àquelas que são as solicitações, sugestões que chegam à Embaixada, no intuito construtivo para procurar novas soluções”, prometeu, ciente de que há alguns aspetos do relacionamento que têm que ser aperfeiçoados.
Sousa Silvestre lembrou que este é o terceiro ano da implementação do Programa Estratégico de Cooperação (PEC), que termina em 2025, e que é chegado o momento de se fazer um balanço intercalar para saber se as áreas que são identificadas pela Guiné-Bissau como prioritárias continuam a ser atuais, bem como aproveitar para reforçar certos aspetos.
Questionado sobre a visão que traz da situação política guineense, o embaixador referiu que Portugal acompanha com toda a atenção àquilo que passa na Guiné-Bissau, “um país independente e soberano”.
A seu ver, qualquer questão da vida política ou social do país deve ser tratada e resolvida dentro de um quadro institucional, com diálogo que as forças políticas são chamadas a ter. “Portanto, continuaremos a acompanhar o desenvolvimento da situação com o distanciamento que nos é necessário, também com um olhar atento de um país irmão e no quadro da CPLP”.
Ibraima Sori Baldé