A ministra da Comunicação Social garantiu que o setor público e privado da comunicação social pode esperar dela algumas melhorias, e que tudo fará para dignificar a classe. A determinação foi manifestada na cerimónia de passagem de testemunha, no dia 26 do mês em curso.
Em declarações à imprensa, Maria da Conceição Évora disse que nessa primeira fase vai fazer um diagnóstico exaustivo da situação da comunicação social e, posteriormente, vai submeter o esboço ao Conselho de Ministro para a sua resolução.
Segundo a governante, a situação em que se encontra os órgãos da comunicação social públicos não é tão diferente há de 20 anos, por isso, a missão será, sem sombra de dúvida, melhorar esse quadro negro.
“No caso concreto da Radiodifusão Nacional, que continua a funcionar ainda nas instalações da Marinha da Guerra Nacional, portanto, é esta e outras situações que vão merecer a minha atenção. Aliás, temos que trabalhar para dignificar o setor, porque só assim é que se possa exercer cabalmente as funções de jornalista, baseadas na isenção, rigor e equidistância”, salientou.
Para ela, os profissionais da comunicação social devem redobrar mais esforços para conseguir chegar ao tão falado quarto-poder. “Há muito que se tem falado nisso, mas nunca usufruímos desse privilégio, e agora é chegado o momento de fazermos tudo que depender de nós para correspondemos a essa função”.
Em relação a situação da RDN, Maria da Conceição Évora disse que tomou o conhecimento da mesma, através dos órgãos de comunicação social, tendo garantido que a partir desse momento vai tomar providências necessárias para resolver o assunto. Mas para o efeito, primeiramente, vai ouvir Mama Saliu Sané, depois reunir-se-á com os funcionários para ter ideia de como resolver o problema.
Por sua vez, o secretário de Estado cessante, Francisco Muniro Conté, pediu maior colaboração com a nova ministra, porque, segundo ele, sem espírito de interajuda vai ser difícil ter bons resultados.
Disse que durante o seu mandato desencadeou algumas ações que visam devolver à comunicação social o seu devido respeito, porque nota-se que nesses últimos anos o setor tem sido relegado ao último plano. Portanto, informou a sua sucessora que essa é uma batalha que vai ter que enfrentar.
“Ao longo do tempo que estive à frente da Secretária de Estado da Comunicação Social, fiz tudo para mudar o paradigma no sector que tem sido subalternizado ou reduzido à insignificância, situação que tentei remediar junto do governo para que a classe possa assumir o seu verdadeiro papel”, explicou.
Por outro lado, esclareceu as razões da demora dessa passassão, que, segundo ele, tem a ver com a sua deslocação ao Senegal, para assistir as exéquias fúnebres do seu tio falecido naquele país vizinho.
Entretanto, o secretário de Estado cessante entregou à ministra um conjunto de documentos que espelham as ações levadas a cabo durante a sua vigência.
De referir que a nova ministra foi jornalista de carreira na Radiodifusão Nacional, onde também exerceu a função de diretora desta estação emissora.
Alfredo Saminanco