A Organização para Educação e Desenvolvimento (Nasri) manteve o primeiro encontro com cerca de 26 mulheres horticultoras, representantes das associações dos diferentes bairros de Bissau. Tem como objetivo prestar apoio à população, informar, educar e sensibilizar sobre a necessidade de proteção do ambiente.
O coordenador das relações públicas e porta-voz da organização, Abduramane Djaló, disse que essa primeira reunião restrita é apenas para informar os membros das diferentes associações daquilo que vai ser os planos de atividades ao longo dos dois anos subsequentes.
Para aquele responsável, Nasri é, também, uma organização vocacionada para educação e produção de hortaliças. De igual modo, tem escolas do ensino em línguas portuguesa, inglesa e árabe em algumas zonas do país. Defende o ambiente, desencorajando o abate das árvores, as construções nas zonas húmidas e protege os ecossistemas.
Conceção de bolanhas
Segundo Djaló, no Bairro de Bandim, felizmente, a organização já têm um acordo de parceria com o régulo Piondor que deu à associação 20 hectares de bolanha, para a produção de arroz e verduras. Entretanto, revelou que a organização desta natureza existe em Dakar, Guiné-Conacri e em todas as cidades do mundo.
Outrossim, esta é uma estrutura que defende a proteção do ambiente, por exemplo, assim como a existência do NBatonha e as zonas húmidas, que são pulmões da cidade, conserva a água doce da chuva e permite o lençol freático ter água. “O trabalho que estamos a fazer hoje é para proteger as gerações vindouras, para que venham ter um ambiente saudável”.
Hoje em dia, disse ele, consumimos cenoura e repolho vindos do Senegal, situação que, no seu entender, deve ser saneada, passando a produzir, internamente, grande quantidade de verdura.
Entretanto, segundo Abduramane Djaló, nessa reunião falaram da estruturação da associação, do plano de atividade, tendo sido anunciada a madrinha da organização, na pessoa de Suzi Carla Barbosa, ministra dos Negócios Estrangeiros.
De igual modo, falou-se da possibilidade de agendamento de uma outra reunião alargada, com todos os participantes e os parceiros nacionais e internacionais. “O importante é comermos as verduras do nosso país e não importar dos outros países”, disse.
“O fundamental desta organização é proteção do meio ambiente. Existem mulheres que têm a vontade de trabalhar, mas não têm espaço para o fazerem. Graças ao régulo de Bandim, vão ter a possibilidade de poder cultivar os seus produtos”, referiu Abduramane Djaló.
Ele garantiu que, dentro de um ano, o país vai deixar de importar verduras e arroz do pilão do Senegal ou da Guine-Conacri. “A organização está firme e decidida para a produção de grande quantidade de cereais e verduras.
Em Bissau, de acordo com Abduramane, a situação mais gritante e difícil é que as pessoas estão a fazer construções de armazéns e hotéis cobrindo toda a bolanha da periferia da cidade.
Em representação das mulheres de Tchada, Nala Mário Badjana, disse que há falta de espaço, no seu bairro, para produzir verduras, porque todos os dias estão a construir grandes armazéns e casas nas bolanhas circundantes.
Em nome das horticultoras de Cuntum Madina, Guida Lopes agradeceu a organização que defende o ambiente e disse que estão preocupadas com a subida de água salgada e bichos na bolanha, alas, lamenta que agora não têm espaço para cultivar.
Adelina Pereira de Barros