A Rádio Albarka é uma nova estação emissora islâmica, mas também voltada à vertente social, nomeadamente aos setores da educação e saúde. Abriu as suas portas esta quarta-feira, dia 4 de agosto, para contribuir para uma “sociedade mais pacífica”, promovendo “a paz, harmonia e unidade”.
A iniciativa é da DirectAid (Ajuda Direta), antiga Agência Muçulmana para África, cujas instalações, em Bissau, alberga a nova rádio, que vai emitir na frequência de 101.4 MGH.
A cerimónia de abertura foi presidida pelo assessor de Imprensa do ministro da Comunicação Social, em presentação do Dr. Fernando Mendonça.
Na ocasião, Belolat Gô fez saber que o ministério está empenhado em encontrar plataformas sustentáveis, que contribuam objetivamente na melhoria do setor. Afirmou que os Media têm o dever de serem imparciais, não apresentando preferências de qualquer natureza informativa.
Segundo ele, a liberdade de imprensa é uma conquista legítima e imprescindível a todo o regime democrático de direito, cuja importância é inquestionável.
Porém, disse que há que se observar a necessidade de impor limites, porque o poder dessa liberdade é muito grande. E se for suplantado, pode pôr em causa o da democracia, bem como de outros direitos e valores sociopolíticos, económico e cultural, legalmente consagrados. “Desta forma, seria necessária a observância de critérios responsáveis na difusão de informações para que não extrapole os limites constitucionais”, observou.
Belolat Gô ressalvou que a comunicação social guineense há muito que vem enfrentando carências de ordem financeira e material, assim como de recursos qualificados na área de jornalismo, o que não tem facilitado o cumprimento cabal da sua atividade profissional. Contudo, reconhece que os órgãos de informação têm-se esforçado para superar tais obstáculos com vista a cumprir o seu direito constitucional de informar e formar a opinião pública.
O diretor-geral da nova estação emissora garantiu que se inaugura uma rádio “altamente comprometida” com a sociedade, fornecendo programas que refletem interesse da coletividade em diferentes áreas de convivência humana.
Sado Baldé adiantou que o seu órgão de informação vai contribuir para uma “sociedade pacífica e esclarecida” sobre os princípios básicos da coabitação social, na perspetiva da religião islâmica, sobretudo a cultura de solidariedade.
Por seu lado, o diretor da DirectAid na Guiné-Bissau declarou que esta é mais uma contribuição ao país, juntando-se a outros órgãos para sensibilização e educação da população.
Respeito das leis
Lhoucece Lakoubi afiançou que a rádio vai respeitar todas as leis de Imprensa, adiantando que nunca irão abordar assuntos que comprometam a sociedade ou que desestabilizem o país muito menos imiscuir-se na política, pelo contrário, vão intervir para ajudar a apaziguar.
Os representantes das organizações islâmicas guineenses também usaram da palavra na cerimónia. A União Nacional dos Imames, o Conselho Nacional Islâmico, a Associação Juvenil para Reinserção Social e o Conselho Superior para os Assuntos Islâmicos, todos congratularam-se com a abertura de mais uma rádio voltada, essencialmente, à religião Islâmica.
Esta é a quarta rádio islâmica no país, depois das rádios Islâmica de Mansoa, Sensibilização e Paz.
De salientar que a DirectAid (ex-AMA Koweit) é uma organização humanitária de caráter social e religiosa que está no país há cerca de 30 anos. Opera em três principais áreas de intervenção, nomeadamente na educação, saúde e luta contra a pobreza.
Texto e fotos: Ibraima Sori Baldé