O diretor-geral da Agricultura, Júlio Malam Injai, afirmou que não existe fome no país e dificilmente poderá existir devido à diversidade de produtos cultivados em tempos diferentes para o abastecimento do mercado para o consumo humano.
Em entrevista ao “Nô Pintcha” Júlio Malam Injai disse que os guineenses têm tido dificuldades alimentares mas não a fome. Lembrou que no país chove suficientemente, a terra é fértil e qualquer atividade agrícola rende muito ao agricultor.
“A Guiné-Bissau não é um país com características de seca, onde geralmente o nível de escassez dos alimentos de origem agrícola é bastante elevada, aqui, essa situação é totalmente inversa”.
“No nosso país, quase em cada três meses há um ou mais géneros alimentícios que aparece no mercado para o consumo da sociedade. Um país com essa característica produtiva, dificilmente é atacado pela fome” observou.
O diretor-geral mencionou que alguns produtos, nomeadamente caju, milho-cavalo, mancarra, mandioca, batata-doce, inhame, pepino e outros, são cultivados em períodos diferentes e abastecem abundantemente os mercados, situação essa que o técnico considerou um combatente do fenómeno fome.
Malam Injai sublinhou que as pessoas, muitas vezes, confundem a insuficiência alimentar com a fome, pois são dois fenómenos cujas características são diferentes.
O técnico reconheceu que a Guiné-Bissau é um Estado com instituições frágeis do ponto de vista económico e organizacional e, praticamente, as estruturas governamentais desconhecem a estabilidade política devido às sucessivas mudanças que refletem negativamente na produção agrícola.
Injai considerou que a criação de animais pelos agricultores é uma espécie de abertura de conta bancária, pois esse gado serve de recurso para satisfazer às necessidades que em certas circunstâncias são imperiosas e urgentes para atender os imprevistos.
Aliu Baldé