Atualmente vive e trabalha entre Bissau e Lisboa, a partir de onde vai realizando concertos para o resto do mundo, produzindo obras musicais de artistas de nova geração.
De passagem pela capital guineense, o artista conduz-nos ao seu estúdio no Bairro de Pefine, onde com o irmão mais novo e um jovem estavam a finalizar a montagem de um vídeo-clip encomendado por um músico.
Nascido em Cacheu (norte do país) no seio de uma família djidiu (musico tradicional), Djidji Di Malaika, cujo nome de batismo é Gibril Dabó, ainda muito novo sonhava ser músico. “Em 1996 vim para Bissau e decidi trabalhar seriamente, apreendendo com os mais velhos e experientes. Mas, tornei-me Profissional a partir de 2000, e de então para a data presente já se passaram 23 anos”, recorda.
Porque decide trabalhar atualmente entre Bissau e Lisboa, disse achar ser a solução, pois, segundo ele, a Europa possui melhores condições em termos materiais.
Disse que tinha muita admiração por artista Rey David, mas o seu mestre espiritual foi e continua ser Fernando Fafé. Portanto, a fórmula desse autor e compositor é deslocar-se às tabancas para resgatar culturas tradicionais, sobretudo as antigas, vendo as diferentes formas de cantar, dançar e de se vestir.
”É uma ação que exige muito investimento em termos financeiros”, revelou, sublinhando que a música tradicional não lhe proporciona tanto ganho, mas sente-se orgulho, enquanto patriota, de exprimir nos ritmos tradicionais. “É isso que me permite cantar e encantar com facilidade em etnia manjaca, pepel, mandinga, entre outras.
Hoje, tornou-se uma referência no universo dos estilos musicais que se faz na Guine Bissau. Entretanto, para além de compor música e atuar em palco, ele é produtor, por excelência, requisitado sempre pelos cantores mais novos. Porém, Djidji Di Maliaika aconselha essa camada a não se deixar levar pela fama, que pode ser duradouro ou efémero e “estudem para ter pelo menos a formação profissional”, argumenta.
Questionado se é um artista politicamente engajado que eventualmente pode apoiar alguma formação politica no período de campanha eleitoral, responde sem rodeio: “sou músico e cidadão nacional como qualquer um que pratica atividade liberal, pois, o Orçamento Geral de Estado não contempla a nossa classe”, referiu.
A opção de residir na Europa, concretamente em Lisboa, “é porque la existem melhores condições em termos materiais com técnicos competentes”.
Antes do final de dezembro corrente, Djidji Di Malaika tem em agenda concertos no Senegal, França, Portugal. Apesar da fama e dinheiro que vai ganhando, o artista lamenta, dizendo que se sente bastante prejudicado pela ação nociva da pirataria, e pede, com efeito, o apoio das entidades competentes, no sentido de estancar este flagelo.
No entanto, com o famoso grupo Netos Di Bandé, Djidji Di Malaika está a projetar a imagem e o nome da Guiné-Bissau, em diferentes palcos além-fronteiras.
Lay Korobo