Muçulmanos iniciam jejum neste fim de semana

A comunidade islâmica do mundo em geral e do país em particular começa a observar o jejum no mês do Ramadão, este fim de semana. Do nascer ao pôr-do-sol, os muçulmanos são proibidos de comer, beber, tomar medicamentos e praticar relações sexuais.

Quando nos referimos à alimentos “haram”, (traduzido literalmente em árabe proibido) que os muçulmanos não podem comer são:suínos eseus derivados, sangue e derivados de sangue, animais carnívoros, répteis e insetos. Os alimentos seguintes são permitidos (halal) para os muçulmanos: leite de vacas, ovelhas, cabras ou camelas, mel, peixe, plantas que não são intoxicantes, legumes frescos ou congelados em natura, frutas frescas ou secas, leguminosas como amendoim, nozes, castanhas, grãos como trigo, arroz, painço, milho, aveia, etc. Todos os muçulmanos concordam em que o Ramadan é a época do ano em que os muçulmanos não apenas jejuam, mas também intensificam a prática da generosidade e procuram afastar as más ações.

Relevância do ramadão

A importânciadojejum reside no cumprimento de práticas de adoração que afastem ao fiel dos interesses mundanos. Essa prática deve ser acompanhada de mudança de vida onde o dar a esmola, a leitura do alcorão, a visita aos doentes e a oração devem ser multiplicados até porque são tidos como remédios contra o pecado; pois cada uma dessas atividades, a seu modo, ajuda a vencer o maior mal deste mundo, o pecado.

Para além de redimir dos pecados com intensas suplicações nas mesquitas o jejum tem como finalidade de levar as pessoas a um equilíbrio necessário e ao desprendimento daquilo que se pode chamar de “atitude consumista, característica da civilização contemporânea.

Diz-se que o jejum confere à reza maior eficácia. Por ele o homem descobre, de fato, que é mais “senhor de si mesmo” e que se tornou interiormente livre. E se dá conta de que a conversão e o encontro com Deus, por meio da oração, frutificam nele.

O jejum destina-se aeducar religioso na espiritualidade, na humildade e na paciência. É um momento para limpar a alma, concentrar a atenção em Deus e ser mais altruísta. O jejum é feito em nome de Allah como forma de agradecimento a Deus, e é um dos cinco pilares fundamentais da religião islâmica.

A importância desse acontecimento para os muçulmanos torna o Ramadã um mês sagrado. Por isso, esse período é dedicado à realização do jejum, que se inicia com o nascer do Sol e se encerra com o pôr-do-sol. Os CincoPilaresdoIslão são a estrutura da vida muçulmana. O testemunho de fé, a oração, o zakat (esmola), o jejum durante o mês do Ramadão, e a peregrinação a Meca uma vez na vida para aqueles que forem capazes e tiverem meios financeiros e saúde para tal.

É o nono mês do calendário islâmico. Uma vez que o calendário islâmico é lunar, o Ramadão não é celebrado todos os anos na mesma data, podendo passar por todos os meses e estações do ano, conforme a progressão dos anos, porém sua duração é entre 29 e 30 dias.

O mês inicia-se com a aparição da lua no final do mês de Shaban (oitavo mês no calendário lunar islâmico).

Comunhão entre religiões

Ao término de cada dia, com o início do crepúsculo é obrigação do muçulmano quebrar o jejum imediatamente, mesmo antes da oração, suplicando ao Deus Criador, segundo o relato de Maomé, as seguintes palavras: “Se foi a sede, hidrataram-se as veias, e se alcançou a recompensa, com a permissão de Deus”. O iftar (corta djundjum) é o momento para reunir os membros da família e amigos numa celebração de fé e de alegria. Após esta refeição, é prática social sair com a família para visitar amigos e familiares e reunir-se para a prática da oração.

Atualmente, com a ampliação do diálogo inter religioso algumas pessoas de outras religiões são convidadas a partilhar este momento de convívio e é cada vez mais frequente que cristãos ofereçam e celebrem um iftar para os seus amigos muçulmanos, bem como muçulmanos ofereçam a cristãos.

Tradicionalmente o Chefe de Este costuma convidar muçulmanos e cristãos para o iftar, corta jejum, numa das unidades hoteleiras de Bissau, um gesto para fortificar a comunhão das duas correntes religiosas do país.

Abduramane Djaló

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