O ministro do Interior anunciou fim de assassinatos, espancamentos, raptos entre outras violações de direitos humanos e avisa que em qualquer zona do país que houver ato de género o seu comissário ou comandante será exonerado.
A determinação de Botché Candé foi transmitida hoje, num encontro de apresentação de novos dirigentes às diferentes estruturas de polícia e Guarda Nacional que, segundo ele, estão para garantir a segurança aos cidadãos e não o contrário.
“Já recebemos muitas queixas e denúncias de cidadãos sobre o comportamento dos nossos agentes, essa situação não pode continuar. Polícia e Guarda Nacional estão para assegurar às pessoas e seus bens. Portanto, não deve ser eles mesmos os autores de crimes contra o povo. Tenho comigo as imagens horríveis de um cidadão que foi brutalmente assassinado por um polícia. Não vou permitir que isso volte acontecer”, alertou.
Para isso, o governante pediu respeito à hierarquia e obediência às ordens, para de facto, transformar o Ministério do Interior num departamento de Estado capaz e cumprir com a sua missão.
Por sua vez, o secretário da Ordem Pública, José Carlos Macedo, informou que foi aprovado na reunião do Conselho de Ministros um conjunto de pacotes de leis que passarão a ser como instrumento de trabalho para toda a corporação.
Disse que com entrada em vigor dessas leis, qualquer polícia que atuar fora desse quadro pagará conforme a lei manda, tendo comungado com as palavras do ministro sobre o respeito aos superiores hierárquicos.
E sobre o alegado rapto de cidadão Malam Turé (vulgo Moro), diretor administrativo e financeiro do Ministério do Interior, José Carlos nega o envolvimento de Botché Candé na sua detenção e também não tem nada a ver com a perseguição política, tal como está a ser veiculado pela família do detido.
Segundo o secretário de Estado da Ordem Pública, a detenção de Malam Turé tem a ver com desvio de cerca de 180 milhões francos CFA. Na sua explicação, essa situação deixou o Ministério do Interior na banca rota.
Alfredo Saminanco