O ministro das Pescas e Economia Marítima negou, hoje, em Bissau, ter vendido 300 toneladas de pescado à República vizinha do Senegal e muito menos desviado 150 milhões de francos cfa para aquisição de uma casa.
Dionísio do Reino Pereira reagia assim, à margem da visita à câmara de conservação de peixe de Alto Bandim, às informações veiculadas nas redes sociais sobre sua pessoa.
Do Reino Pereira afirmou que por ser representante do povo eleito, foi confiado a missão de dirigir o Ministério das Pescas e consequentemente zelar pela distribuição responsável dos pescados ao povo da Guiné-Bissau.
“Enquanto deputado, tinha obrigação de prestar explicações ao povo guineense”, justificou.
Pereira assegurou que o motivo pelo qual se registou acusações sobre a sua pessoa, tem a ver com a iniciativa do Ministério das Pescas em combater a corrupção no setor. E “isso está a mexer com muita sensibilidade”.
Segundo o dirigente, o Ministério das Pescas desencadeou duas operações de fiscalização marítima, tendo apreendido dois barcos na primeira do qual correu tudo bem em termos punitivos e, na segunda, foram presos quatro navios que tinham a bordo 307 toneladas de pescado ao contrário do declarado.
Em resultado dessa descoberta, o ministro das Pescas disse que a comissão interministerial, enquanto entidade competente, aplicou uma multa de 100 milhões de francos cfa, associada a confisco de 307 toneladas.
“Só que de acordo com as leis em vigor, a empresa infratora é prioridade a comprar o mesmo produto caso solicitar”, explicou.
Entretanto, Dionísio do Reino Pereira revelou que após a descarga dos barcos em questão, a comissão interministerial ordenou que os técnicos procedessem seleção de peixes apreendidos.
“Em resultado desse trabalho foram separadas grandes quantidades de sardinelas (Iaiboi) e outros tipos mais consumidos no mercado interno e sob orientação da comissão interministerial, incumbir a vendedeira (Augusta enquanto mais experimentado nesse negócio no Senegal) à responsabilidade de encontrar um comprador no Senegal”, informou.
Ainda do Reino Pereira, e quando chegou o comprador para levar o pescado foi interrompido o processo de carregamento dos camiões frigoríficos por agente da Guarda Nacional, alegando irregularidades.
Pereira demonstrou que aquele momento todo o trabalho foi suspendido até o Ministério público decidir, na semana passada, ordenar a continuidade da mesma operação de carregamento de pescado do qual “iniciamos hoje e agora”.
Julciano Baldé