Ministério Público lança campanha de sensibilização contra corrupção

O Ministério Público apresentou aos jornalistas, hoje, dia 12 de setembro, a iniciativa da campanha de sensibilização de luta contra a corrupção no aparelho de Estado.

A iniciativa tem como objetivo mobilizar a população, para ações de indignação geral contra o fenómeno, incentivar elaboração de código de ética para funcionários públicos e estimular a sociedade civil a ser um ator decisivo no tratamento de eixos que mitiguem a corrupção.

A cerimónia de apresentação foi presidida pelo Procurador-geral da República, Bacar Biai, na presença do seu vice, Jucelino De-Gaulle Cunha Pereira

Na sua explanação, Biai declarou que, depois de uma analise aturada, a direção da Procuradoria-Geral da República entendeu que a luta contra a corrupção não dever circunscrever-se apenas na repreensão, por isso, decidiu enveredar-se também pela vertente de sensibilização. 

Aquele responsável disse que na Guiné-Bissau, a corrupção é tida como profissão e está legalizada. Segundo Biai, todos nós conhecemos quais são os rendimentos mensais dos funcionários guineenses, pelo que questionou: “quem recebe 100 mil francos CFA mensal pode construir casa de 300 milhões? Pode comprar viatura com valor de 25 milhões de francos? Quais são as despesas mensais dessa pessoa? Será que ela é capaz de poupar para ter essa riqueza que tem?”

“Na Guiné-Bissau, costumamos admirar os corruptos, considerá-los de melhores filhos do país, tem mais sortes e melhores quadros do país, porque são corruptos”, disse.

Bacar Biai afirmou que a corrupção é muito mais mortífera do que a pandemia do Covid-19 e toda a doença pandémica. No seu entender, a Covid-19 mata somente a geração presente, enquanto a corrupção até a futura geração.

Reafirmou que o fenómeno está cruel cada vez mais na sociedade guineense e inverteu os valores sociais, sendo que ninguém hoje admira a intelectualidade de uma determinada pessoa. “Sim, admiramos porque ele sustenta riquezas injustificáveis e temos que inverter essa tendência”, advertiu.

Fulgêncio Mendes Borges

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