Mentir, vício dos ignóbeis: Denunciar, um imperativo de honra!

Não deixo de ficar perplexo e, ao mesmo tempo, deslumbrado, com a capacidade de mentir, de enrolar e de omitir, roçando já a calúnia, de pessoas que até se atrevem a desejar ocupar cargos de alta responsabilidade no País! Sinceramente, e deixando-me de falácias, estou a pensar numa pessoa, numa pessoa só!

E creio que todos sabem a quem me refiro. Mas como é possível uma pessoa ser tão doentiamente mentirosa, não hesitando em mentir na televisão, nos jornais, nas fábulas que vai contando aqui, ali e acolá e, ultimamente, nas suas patéticas exibições semanais nas redes sociais?

Hoje, conta uma mentira – sempre sobre alguém cuja supremacia reconhece e teme e, perante a ausência de efeito, inventa uma outra, quer ampliando a anterior, no pressuposto de que terá maior impacto, quer mudando o tema e buscando em La Fontaine a inspiração com que se identifica, junto de personagens do reino animal.

As mentiras despertam o meu interesse pela patologia que contém e pelo que revelam do contorcionismo psicológico do seu autor. Desde logo, mostram deficiências de educação, expondo no adulto os traumas de infância, traumas esses que, em vez de se atenuarem e serem sublimados por causas elevadas, o que seria natural por uma esperada evolução do adulto, não senhor, arrastam o seu autor, neste caso, o “Rapazinho de Farim”, para um discurso e comportamento de submundo social e político, com o qual ninguém – insisto, ninguém! – quer identificar-se.

Aliás, já na adolescência, era notório o seu já então comentado e desprezível hábito de mentir, e de tal modo que, nos anos 70, os mais velhos, de que eu também fazia parte, fizemos um enorme esforço para lhe mostrar o caminho da verdade e do bem, mas de nada valeu. Naturalmente que, chegado à fase adulta, tornou-se impossível esperar deste agora já não Rapazinho, mas “Homem de Farim”, um comportamento digno e probo.

Por isso, existem sociedades, grupos sociais e famílias em que a mentira é desestimulada desde a infância com regras rígidas. A mentira é, na verdade, um comportamento social. Ou seja, é aprendido e reproduzido desde os primeiros anos de idade. E isso acontece porque elas são cercadas por adultos que mentem.

E as causas, em geral, do porquê as pessoas mentem compulsivamente tem ligações com fatores psico emocionais complexos como ansiedade, medo, insegurança e frustração. Por isso, é a minha convicção que o “Homem de Farim” precisa de acompanhamento de um psicólogo.

A mentira tem um efeito atordoante e causa ódio em quem a cria, um ódio dirigido indistintamente já não apenas ao objeto central da sua “campanha”, mas a todos indistintamente e, mais ainda, ódio a si próprio, pela incapacidade de influenciar as mentes sãs que o ouvem e que acabam por o ignorar, porque sabem, com clareza, distinguir a mentira da verdade, a calúnia do discurso vil. É que o mentiroso pode ser alguém com muitos recursos e imaginação fértil, como é o caso deste “Homem de Farim” e também de “Gã Pereira”, mas que consegue ficar prisioneiro de uma imagem, de um palavreado mil vezes repetido e finalmente, para seu desespero, desprovido de sentido.

Acredito que, hoje, já ninguém escuta nem acredita nas mentiras que são apregoadas por este Rapazinho-homem mentiroso. O nosso Povo é adulto, responsável e verdadeiro.

Mentir é negar a verdade, é dizer como verdadeiro o que sabe que é falso, é iludir, é enganar. Mentir é ter um comportamento contrário à Ética, que tem que ver com o bem e com o mal, que é um princípio universal.

Ana Herrero, psicóloga espanhola e coordenadora do departamento de Orientação do grupo Brains International Schools, considera que as pessoas são o reflexo da família, da sociedade, da cultura em que crescem, e afirma que “decidimos mentir, ser cobardes, egoístas, injustos, falsos, traidores… (caracteres que se encaixam muito bem com o Rapazinho-Homem de Farim) quando nos sentimos fracos e inseguros”.

Hesitei em denunciar os ataques repetidos, doentios de que tenho sido alvo por este agora já não Rapaz, mas “Homem de Farim” nas suas patéticas exibições semanais nas redes sociais. Aliás, creio que todo mundo ouviu os ataques e insultos proferidos recentemente por “Homem de Farim” contra a minha pessoa, a quando do meu pedido de demissão.

O meu princípio é o de que se nenhuma mentira me atinge, se nenhuma calúnia tem que ver comigo, vou defender-me de quê? Vou alegar o quê? O Povo guineense conhece-me, assim como conhece bem o meu caluniador, o Rapazinho-Homem de Farim. O cidadão guineense sabe que pode abrir o Livro da minha Vida em qualquer página, sabe que pode escrutinar o meu passado e o meu presente!

Mas, caríssimos Concidadãos, devo-vos o meu respeito, é minha obrigação devolver a confiança que têm sempre depositado em mim. Quando tiverem dúvidas sobre algum comportamento que, alegadamente me atribuam, sobre alguma palavra que digam que eu proferi, venham falar comigo, venham refletir comigo sobre como parar com este ambiente de suspeição que uma pessoa, UMA PESSOA SÓ, o Rapazinho-Homem de Farim, maldosamente, cria na nossa sociedade.

Hoje, é em torno da minha pessoa, amanhã, qualquer um de vocês poderá ser o visado. A mentira corrói as relações e faz as pessoas desconfiarem de tudo o que o mentiroso diz e o larga a honra em troca de nada! Por isso, odeio a mentira e, por pior que seja a verdade, ainda continuo a escolher a verdade.

O “Rapazinho-Homem de Farim” pode ser merecedor do meu perdão, mas jamais da minha confiança e respeito.

Sabem o que dizia Amílcar Cabral? Devemos educar-nos, educar as outras pessoas, a população em geral, para combater o medo e a ignorância e não mintam nem escondam nada das massas, do nosso povo. Não digam mentiras e exponham-nas sempre que as ouvirem. Por isso, aqui estou!

E voltarei breve…

Bissau, 02 de Fevereiro de 2022.

Por: Fernando Gomes

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