A comunidade religiosa de Mampuró realizou nos dias 25 e 26 de fevereiro findo, a segunda Jihara em homenagem ao Sheik Tcherno Amadu Uri Djaló. Um evento que teve maior afluência e participação em relação ao primeiro realizado no ano passado naquela comunidade situada no regulado de Propana, setor de Pirada, região de Gabu.
Este ano, esse importante evento religioso contou com a participação de Serif de Mauritânia, delegações de Senegal e Gâmbia respetivamente.
Neste ano 2023 completou 67 anos que o Sheik Tcherno Amadu Uri Djaló chegou a Mampuró, uma tabanca situada nos subúrbios de Kansala, reino de Gabu.
Segundo El-hadje Abduramane Djaló, um dos promotores da iniciativa e filho de Sheik Amadu Uri Djaló, o seu pai veio para Mampuró com propósitos de expandir a religião islâmica, converter as pessoas, legitimar casamentos, ensinar as pessoas ler o alcorão sagrado e a forma de adoração.
Na altura que ele chegou em Mampuró, encontrou uma população totalmente pagã e instalou a primeira mesquita, começando assim ensinar e convencer as pessoas a abraçarem a religião islâmica, disse Abduramane Djaló.
É nesta perspetiva que a comunidade de Mampuró instituiu o mês de Fevereiro de cada ano a realização do evento religioso (Jihara) em homenagem ao Sheik Tcherno Amadu Uri Djaló pela sua valiosa contribuição na afirmação e consolidação da religião islâmica naquela comunidade que atualmente conta com muitos quadros conhecedores da matéria islâmicas.
Os ensinamentos dessa grande figura religiosa tiveram resultados positivos com frutos bem evidentes e que se estivesse de vida estaria hoje satisfeito por ver conseguido atingir seus objetivos que era de expandir e afirmar a religião islâmica naquela comunidade, sublinhou o filho.
Aliás, foi o que revelou o seu filho, El-hadje Abduramane Djaló que disse que o seu pai, apesar de não encontrar atualmente no mundo dos vivos, mas repousa tranquilamente por deixar os seus desejos materializados que era de fazer vincar a religião islâmica na comunidade de Mampuró.
Disse que atualmente, Mampuró tem muitos conhecedores do alcorão e religião islâmica, com algumas pessoas a ensinarem outras pessoas o alcorão no Senegal e no país também, promovendo assim a fé e fazer as pessoas cumprirem com os princípios da fé, as orientações de Allah recomendações do seu mensageiro, Profeta Mohammad S.W.
Mensagens chaves
De acordo com Abduramane Djaló, durante os dois dias do evento religioso, os fiéis muçulmanos recitaram o alcorão, com ênfase em “Galalau e Gala Rassululaha” que significam o que o Deus disse e o que o Profeta recomenda, ou seja, os ditos de Deus onde disse claramente o que é que as pessoas devem fazer para entrarem na glória e o que devem evitar para não entrarem no inferno. Djaló disse que todo o Alocarão está escrito em duas versões que são: o que devemos fazer e o que devemos evitar.
Outras mensagens importantes foram transmitidas durante o ato relativamente às regras de adoração, os pilares da fé islâmica, como os muçulmanos devem conviver na harmonia, importância da vizinhança, como celebrar o casamento e a sua importância, como a criança pode respeitar o adulto, entre outros conceitos sobre direitos islâmicos.
Igualmente, os fiéis rezaram e pediram a paz, estabilidade, entendimento e coesão dos guineenses, desejando que a unidade nacional e valores sociais prevaleçam sobre todos os outros interesses particulares e que o Allah abençoe a Guiné-Bissau e o seu povo.
Colaboração das tabancas vizinhas
Essa grande festa islâmica contou com a participação ativa e efetiva das tabancas vizinhas de Mampuró, entre as quais, Farina, Sintchã Farim, Sintchã Bela, Sintchã Sori, Sintchã Dura, Imabé, Sintchã Tcherno, Samba taco, Cundara, Durubali, entre outras que vieram em massa celebrar essa efeméride religiosa que serviu de ocasião para os fiéis debruçarem profundamente sobre o islão e seus pilares, as orientações de Allah e recomendações do seu mensageiro, Profeta Mohammad S.W.
Foram debatidos muitos aspetos ligados a adoração, as formas de relacionamento entre muçulmanos, os princípios básicos da fé islâmica, os pilares e as consequências de falta de cumprimento dos fiéis em relação as recomendações do Islão.
A Jihara contou com apoio inequívoco de todos os filhos e amigos de Mampuró tanto dos residentes como os que se encontram em Bissau e no estrangeiro, permitindo a mobilização de um fundo no valor de 1.080.000 Francos CFA que assegurou toda a logística do evento, em que foram compradas 4 vacas, óleo alimentar, arroz e demais ingredientes que permitiu fornecer alimentação suficiente com bebidas a todos os participantes durante os dois dias.
Os filhos, netos e sobrinhos de Sheik Tcherno Amadu Uri Djaló compraram por conta própria uma vaca, arroz e ingredientes de mafé para reforçar a contribuição da comunidade para o sustento do evento.
Para Abduramane Djaló, esse evento vem reforçar cada vez mais não só a fé dos fiéis, mas também debruçar sobre a unidade, a coesão, a boa convivência, sobre a vizinhança, sobre o mês de ramadão, sobre a expansão do islão e demais informações sobre direitos humanos na religião islâmica.
Texto: Djuldé Djaló – Fotos: Abduramane Djaló