A falta de boa gestão do lixo tem vindo a criar dores de cabeça aos citadinos de diferentes bairros da capital Bissau, isto tendo em conta a negligência e a preguiça de muitas pessoas de colocar o lixo nos pontos estratégicos onde o pessoal de limpoeza os possa recolher.
Os moradores dos bairros periféricos, nomeadamente Bandim, Cuntum, Mindará, Quelelé, Pssak, QG e Pluba estão mergulhados em imundice, pois habitam quase nas imediações dos locais improvisados de lixos e convivem diariamente com cheiro nauseabundo e fumos tóxicos.
Esse facto tem constituído um atentado à saúde pública e não só, sobretudo as mulheres domésticas que praticam atividades comercial na entrada de Sobrade, em Cuntum e, também, da saúde de toda sociedade guineense.
O motivo da preocupação centra-se na trajetória das moscas entre água parada e lixo, trazendo micróbios para frutas e hortaliças que posteriormente são comprados para o consumo. Igualmente, os riscos de contágio são, também, extensivos aos alimentos dos moradores vizinhos.
Portanto, na incapacidade de encontrar uma saída tanto de lado da Câmara Municipal de Bissau e dos próprios vizinhos, aquelas vendedeiras são obrigadas a conformar-se com a situação, focando-se simplesmente na sensibilização dos vazadores de lixo a abdicarem de tais atos. Contudo, em várias ocasiões são agredidos verbalmente conforme revelou Fátima Seide.
Segundo ela, o mais caricato de tudo é que as pessoas saem de Bôr, de Bairro D`Ajuda e outros sítios para deitar lixos aqui. “Aliás, houve período em que funcionário da Câmara Municipal de Bissau (CMB) tomou o engajamento de montar vigia no local, mas isso não é suficiente.
Um pormenor preocupante constatado ao longo da nossa reportagem é que em todos os bairros onde Nô Pintcha passou, não há associações juvenis que auxiliam a CMB na remoção do lixo, com exceção de Pluba.
À semelhança de entrada de sobrade, em Cuntum, algumas valetas em Bandim, Mindará, Quelele, P’ssak e Empantcha, visitado pela nossa reportagem, revelam os mesmos riscos de contágio eminente, pois as pessoas vendem produtos alimentares nas bermas de estradas e à frente das valetas cheias de lixeira.
Por sua vez, Cadidjatu Indjai revelou que está preocupada do perigo que esses lixos têm vindo a acarretar a saúde, principalmente quando começa nessa época das chuvas e se for na época da seca os vizinhos deitam fogo, inalando fumo tóxico.
Segundo Indjai, atitude deste tipo tem desviado muitos clientes nossos. Por isso, rogamos ao serviço de saneamento da Câmara Municipal de Bissau para que nos tirem o lixo das valetas junto a sobrade antes que o tempo comece a chover intensamente.
Essa vendedeira demonstrou que caso o lixo fosse repelido dali, águas da chuva transportará grande quantidade de sujeira para junto dos que habitam nas proximidades da estrada.
Lamentou o facto de ter passado muitos anos sem que a Câmara Municipal de Bissau priorizasse esvaziamento do lixo na referida valeta, salvo num passado recente quando alguns moradores contribuíram financeiramente e tomaram a iniciativa de limpar por completo todas as dependências de canais de água de sobrade.
De salienta que a nossa reportagem tentou, sem sucesso, trazer a versão da Câmara Municipal de Bissau sobre o assunto, isto porque o diretor do saneamento disse não ter recebido autorização do presidente da edilidade.
Julciano Baldé