“Luta feminina por uma sociedade mais justa e igualitária”

A presidente da comissão organizadora da cerimónia comemorativa de 8 de março do Jornal Nô Pintcha enalteceu, ontem, os esforços incansáveis das organizações femininas do país na luta pelo fortalecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, através das diversas ações que atualmente repercutem no ganho político de 36% relativo a lei de paridade.

Aua Camará falava numa entrevista exclusiva concedida ao Nô Pintcha, no âmbito da comemoração do 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Na ocasião, Camará demonstrou que a luta pela justiça para o gênero feminino, apesar de ser oficializada no calendário mundial há menos de 50 anos, já existia há milhares de anos. Desde a Idade Média, com a caça às bruxas, e até antes desse marco, as mulheres já vinham lutando para terem os seus direitos assegurados e reconhecidos.

“Em resultado do empenho e determinação, hoje em dia na Guiné-Bissau, as mulheres têm vindo a dar passos gigantes em prol da emancipação dos seus direitos, razão pela qual, o Governo deve facilitar a entrada de mais número de mulheres no seu elenco”, apelou.

Por isso, a responsável assegurou que faz todo sentido elas, enquanto mulheres, juntarem-se num sítio para refletirem e engrandecerem as conquistas conseguidas pelas pioneiras da luta pelo reconhecimento dos seus direitos e analisarem como tornar mais estratégicas as suas ações, rumo ao cumprimento dos 36% dos lugares  na sociedade.   

Disse que, no 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, um dos momentos mais importantes no calendário global. A data, criada em 1917 para a celebração da luta pelos direitos das mulheres, é um marco essencial para o reconhecimento do valor da mulher.

Segundo ela, o que muita gente não sabe é a história que originou a data e porque ela é celebrada neste dia. Portanto só para ter ideia, o evento só foi oficializado em 1975, em uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). E diferente de outras datas comemorativas, este foi um dos poucos dias que não foi criado pelo comércio.

O presidente da comissão organizadora da cerimónia explicou que o problema é que essas conquistas são relativamente recentes, diante de anos de reconhecidas lutas femininas. E é por isso que esta data de celebração é tão importante.

Aua Camará lembrou que a data nasceu após uma conferência na Dinamarca em busca de direitos igualitários, em 1910, e foi consolidada por um histórico incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, no ano de 1911. Em 1909, dois anos antes do incêndio, as mulheres nova-iorquinas que trabalhavam na fábrica têxtil haviam feito uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho e o voto feminino.

Aproveitou a ocasião para agradecer a Direção-Geral do Jornal Nô Pintcha pelo importante apoio financeiro prestado que permitiu a materialização da cerimônia comemorativa de 8 de março.

De salientar que hoje, o evento é comemorado por mais de 100 países como um momento dedicado à luta pela igualdade de gênero, para celebrar as conquistas, cobrar direitos e relembrar as mulheres que foram vítimas de violência.

Julciano Balde

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