A Liga Guineense dos Direitos Humanos insta as autoridades judiciárias a desencadearem uma investigação “transparente e inclusiva” para o esclarecimento das circunstâncias em que ocorreram a tentativa do golpe de Estado, verificado nesta terça-feira, em Bissau.
Em comunicado, condena os atos da “violência gratuita” perpetrados no Palácio do Governo e que resultaram em perda de vidas humanas em situações ainda por esclarecer, tendo lamentado tais mortes e manifestado a sua profunda solidariedade aos familiares das vítimas.
A organização insta ainda às autoridades a observarem escrupulosamente os dispositivos legais no decurso das investigações correntes, evitando assim àquilo que chama de comportamentos suscetíveis de configurar “caça às bruxas”. E apela aos cidadãos a máxima contenção e vigilância, tendo em conta a volatilidade do contexto.
No entanto, a Liga lembra da existência de buscas e revistas às instalações privadas e detenções de pessoas alegadamente envolvidas no motim, o que, segundo ela, provoca um clima de insegurança e incerteza, capazes de comprometer “os esforços da consolidação do Estado de Direito”, empreendidos por vários atores nacionais e internacionais.
Diz a LGDH que não há alternativa à ordem constitucional, sendo que, em posição alguma, os atos de violência devem servir para a resolução de problemas políticos.
Perante este contexto político “frágil e volátil”, a Liga considera que o diálogo e o respeito pelas normas constituem as únicas soluções sustentáveis para instabilidade político-militar que assola o país nos últimos anos.
Ibraima Sori Baldé