O Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas (CNAPN) fez hoje, 22 de abril, o lançamento do projeto de prevenção e combate à Mutilação Genital Feminina (MGF) na Cidade de Gabu.
O projeto, que tem a duração de 18 meses, conta com o apoio financeiro da União Europeia.
Na cerimónia, Carlos Tipote, em representação da ministra da Mulher, Família, Solidariedade Social, disse que a prevalência da MGF entre mulheres com a idade compreendidas entre os 15 e os 59 anos é alta nas regiões de Gabu e Bafatá, situando-se, respetivamente em 95,8 e 86,9 por cento, situação que considera de altamente preocupante.
A Governadora da Região de Gabu, Elisa Pinto Tavares, afirmou que até hoje as bebés logo à nascença são excisadas nesta província Leste. Ela disse esperar que o CNAPN, juntamente com os seus os parceiros e o Governo, consiga sensibilizar as populações a fim de acabar com esta prática.
Por seu turno, o embaixador da União Europeia (UE), Artis Bertulis, lembrou que a Guiné-Bissau já marcou um compromisso nesse sentido, com a aprovação em 2011 da Lei que proíbe, e criminaliza, a excisão em todas as suas formas, e ratificou as convenções internacionais que impedem esta prática.
O régulo central da Região de Gabu, Saico Embaló, pediu o envolvimento do poder tradicional nos trabalhos da sensibilização, juntamente com o CNAPN.
A presidência do Comité Nacional para o Abandono das Praticas Nefastas, Marliato Djaló Condé, frisou que a mutilação genital feminina constitui uma das formas mais desumanas de votação e afeta 52 por cento das meninas e mulheres entre os 15 e 49 anos de idade, dos quais 95,8 porcento vivem na Região de Gabu, e mais de 86 por cento na Região de Bafatá, segundo indicações de Mics6.
Adelina Pereira de Barros