Sobre a crise que se instalou no Partido da Renovação Social (PRS), a direção da juventude decidiu assumir as rédeas de mediação entre as partes desavindas.
A propósito, teve lugar nesta terça-feira, dia 6, o primeiro encontro com o presidente interino, Fernando Dias.
À saída dessa reunião, o presidente da Juventude da Renovação Social (JRS), Uffé Vieira, disse que enquanto organização juvenil não podem ficar de braços cruzados perante esta situação que pode prejudicar os interesses do partido, e foi por isso que decidiram proporcionar o diálogo entre as partes.
Segundo aquele responsável, a juventude do PRS deve ser elemento de apaziguar ânimos e não de instigar. “Neste momento, o caminho para ultrapassar toda esta situação é, sem sombra de dúvida, a realização do congresso”, disse.
Uffé Vieira informou que saíram satisfeito no encontro com Fernando Dias, porque este manifestou abertura total ao diálogo, e dentro desses dias também vão ter encontro com a outra parte.
Consciência tranquila
O presidente interino do PRS, Fernando Dias, afirmou que não está preocupado com as ondas de contestações por parte de alguns dirigentes do partido. Segundo ele, é necessário implementar reformas, e haverá pessoas que vão poder acompanhar esta dinâmica.
Sobre acusação que foi alvo em como está apropriar-se do partido, o presidente interino disse que desconhece desta interpretação, de modo que está a vontade, porque todas as decisões tomadas passam pelos órgãos do partido, portanto, está com consciência tranquila e não teme nada.
“Compreendo que estamos na democracia, cada um é livre de expressar o que lhe convém, o lamentável é que nem toda gente conhece a politica. Por causa da barriga alguns desses dirigentes estão a ser condicionados”, disse.
Segundo Fernando Dias, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, está a transformar as forças de segurança em “milícias palacianas” para amedrontar os cidadãos, assim como interferir nas agendas partidárias.
Apropriação do partido
Um grupo de dirigentes do Partido da Renovação Social exigiu ao presidente interino, Fernando Dias da Costa, a realização do congresso extraordinário o mais rápido possível, para preencher a vacatura deixada com a morte de Alberto Nbunhe Nambeia.
Na alegação deste grupo, é chegada a hora de realizar o congresso, porque é única saída para legitimar o presídio do partido, e a ideia de realizá-lo em 2025 não vai ajudar e o PRS correrá risco de não participar nas próximas eleições legislativas.
Em representação desse grupo, o presidente do Conselho de Jurisdição, Ilidio Vieira Té, disse que vai reunir esse órgão para analisar a situação e depois exigir o presidente interino a marcação do congresso, porque nos estatutos do partido a interinidade tem limite.
A posição desses dirigentes do PRS foi anunciada num comício popular, realizada no Reino de Tor, Setor de Quinhamel, Região de Biombo, concretamente no círculo nove, zona onde o partido conseguiu dois mandatos.
Entretanto, esta foi a primeira aparição pública desse grupo, composto pelos vice-presidentes, Orlando Mendes Veigas, Edneusa da Cruz Figueiredo e Lassana Fati, o secretário nacional adjunto, Félix Nandungue e membros como Certório Biote, Dionísio Kabi, Maria Inácia Có Sanhá, Aladje Sonco, Morna Nhanco, Roberto Metcha, Fransual Dias e Mônica Buaro.
“Não estamos contra Fernando Dias, mas estamos contra como o partido está a ser dirigido. As decisões são tomadas sem consulta aos órgãos do partido. Não estamos contra o acordo assinado com a APU-PDGB, mas estamos contra a forma como o assunto foi tratado”, esclareceu.
Alfredo Saminanco