A líder do Movimento Social Democrático elege como primeira prioridade, caso consiga representação parlamentar, “lavar o celebro dos políticos entupidos”, para a mudança de mentalidade e de comportamentos.
Segundo Joana Cobde Nhanca, só assim é que poderá apresentar e executar um plano estratégico para a construção do país. “Na situação em que esses políticos estão habituados, nem mesmo Barack Obama ou Lula da Silva consegue fazer algo de positivo no país”.
Falou da situação de fome com que a população está a passar no interior do país, pelo que pergunta se os partidos que governam a Guiné-Bissau não vão às regiões para constatar a realidade que lá se vive. “Eles estão somente em Bissau à espera do que Umaro Sissoco Embaló seja capaz de fazer ou de os colocar no governo. Depois começam a mostrar-se como homens!”
A presidente do MSD, que falava em entrevista ao Nô Pintcha, criticou a forma como alguns dos seus adversários, nomeadamente o Madem-G15, o PTG, a APU-PDGB e o PRS, estão a esbanjar bens nessas eleições, com cartazes, viaturas, motorizadas e outros materiais de propaganda.
Por isso, reafirmou que não há outra prioridade de governação a não ser limpeza do cérebro das pessoas que governam ao longo dos anos. E só depois de cumprir esse desejo, disse ela, é que vai começar a delinear outras estratégias a nível de diferentes setores de governação.
Chamou à atenção sobre aqueles que considera de políticos que tentam intimidar o povo para tirar dividendo, atitude que diz não vai permitir que aconteça.
No entanto, apelou ao povo guineense, especialmente aos jovens a se sacrificarem para ficar mais fortes e determinados, à imagem do que acontece noutras partes da sub-região e do mundo.
Aposta na agricultura
Joana Cobde Nhanca (irmã do falecido presidente Koumba Yalá) pediu voto em massa, lembrando que o seu irmão deixou marcas, nomeadamente a instalação da rede móvel, a Ponte João Landim, a Aldeia dos Combatentes da Liberdade da Pátria e os palácios Colinas de Boé (sede da Assembleia Nacional popular), do Governo e da Justiça.
Ela afirmou estar em condições de dar continuidade a esses feitos, apostando na agricultura de forma diversificada. Nesse particular, promete trazer tratores e vários outros materiais agrícolas, para reforçar a capacidade dos camponeses, já que a maioria dos jovens deixou as zonas rurais para viver nas cidades.
Nessa entrevista, Joana Nhanca sublinhou que o povo guineense e as instituições do Estado precisam ser reestruturados, pois os estabelecimentos estão totalmente “desorganizados e baralhados”.
Fez saber que durante a campanha eleitoral, que termina na sexta-feira, o MSD está a movimentar-se nas tabancas para constatar de perto como vive o povo de campo, informando o que se passa e incentivando-o a “não voltar a dormir”.
“O povo tem que ser forte. Não deve estar dependente dos políticos que o engana há anos. Tem de ser determinado, sobretudo os jovens, que são a força motriz do desenvolvimento. Não devem ser fracos por causa de fome. Esses políticos são corruptos e corruptores”, acusa.
Declarou que o desejo do MSD é de ver a maioria dos jovens da Guiné-Bissau com emprego, pois faz parte do desenvolvimento do país.
Ibraima Sori Baldé
About The Author
