Abel da Silva convicto na mecanização do setor e relançamento da pecuária
O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, em colaboração com os técnicos do setor, estão determinados a lançar e promover uma revolução agrária que denominaram de revolução verde, com o objetivo de reduzir a importação de arroz e outros tipos de produtos agrícolas, tal como tinha sonhado Amílcar Cabral.
Neste sentido, Abel da Silva Gomes disse que é possível tirar a Guiné-Bissau da dependência externa, porque a natureza dá-nos tudo, faltando apenas vontade política para, de uma vez por todas, virarmos a página.
Depois de mais de 24 anos, o ministro decidiu convocar a reunião do Conselho Técnico para delinear novas estratégias para a mecanização da agricultura, modernização da pecuária e criação de condições para uma gestão racional de recursos florestais. A reunião juntou mais de 40 técnicos de diferentes direções-gerais que compõe o ministério, assim como alguns delegados regionais e durou quatro dias, de 28 a 31 de agosto deste ano, no Setor de São Domingos.
No discurso de abertura, o governante disse que os temas que trouxeram em agenda estão no plano do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, esperando que os resultados provenientes dos debates críticos que propuseram sobre o setor irão trazer orientações para soluções qualitativas, baseadas na ciência para, assim, poderem provocar uma revolução verde na Guiné-Bissau.
Para que aconteça a chamada revolução verde deve haver um investimento com toda a seriedade nas práticas modernas de agricultura e na disseminação de novas sementes aos camponeses. Para isso, apontou a necessidade urgente de investir no Instituto Nacional da Pesquisa Agrária (INPA) e nos laboratórios de solo, de proteção vegetal e de semente.
“Em 1966, numa conferência em Washington, William Gown disse que a revolução verde é feita com base na tecnologia e não do sofrimento do povo. É verdade que William Gown, patrono do conceito Revolução Verde, as sementes modificadas e desenvolvidas em laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, adaptáveis a diferentes solos e condições climáticas que, no seu cultivo, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, complementos agrícolas e máquinas. É evidente que vai aumentar, de que maneira, a produção agrícola. Portanto, este é o nosso caminho a seguir”, explicou.
O ministro disse acreditar nos quadros do setor, nos patriotas guineenses mas, sobretudo, no Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, no Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam e demais elementos do Governo estão muito interessados em garantir a segurança alimentar neste país.
“Não acredito que estes bons filhos da Guiné-Bissau que acabei de citar vão querer ver as nossas mulheres e homens continuarem nesta pouca vergonha de importar tomate, cebola, batata inglesa, melancia e outros produtos agrícolas cultivados nos países vizinhos para a nossa terra, ou continuarmos na dependência de importação de bens alimentares essenciais de outros, em particular carnes e arroz, base da nossa dieta alimentar, enquanto usufruímos de boas terras e uma natureza favorável à agricultura e pecuária.”
E se isso continuar acontecer será, mais uma vez, um grande pecado que estaremos a cometer contra o nosso povo martirizado
Situação agrícola e estado da campanha agrícola