O Hospital Regional Musna Sambu, em Catió, pode ter rotura de medicamentos a qualquer momento, revelou o administrador daquele estabelecimento hospitalar, Fodé Bacar Jau.
Em entrevista ao Nô Pintcha, aquele responsável informou que o Programa Integrado para Taxa da Mortalidade Materno Infantil (PIMI), que fornecia medicamentos ao hospital, terminou a sua missão no passado dia 12 de julho.
Nesse âmbito, o programa abasteceu a farmácia uma quantia significativa de medicamentos para um período aproximadamente de seis meses, dependo da procura, tendo em conta que os remédios são destinados à população mais vulnerável e, por isso, são gratuitos.
Fodé jau disse, por outro lado, que além dessa doação, a direção do hospital, com seus parcos meios, também tem comprado alguns medicamentos para a farmácia.
Segundo a sua explicação, caso o governo não viesse a renovar a parceria com o programa, com certeza, vai criar enormes dificuldades à população, principalmente aos mais carenciados, porque a grande maioria não tem condições para comprar medicamentos.
“Somos testemunhos o quanto é importante a renovação dessa parceria com o PIMI, porque graças a essa cooperação, as pessoas beneficiam de medicamentos sem pagar nada. “Portanto, a situação, de facto, vai ter repercussões na redução da afluência aos serviços sanitários”.
Fodé Jau lembrou, entretanto, que com o apoio do PIMI, a taxa da mortalidade materno-infantil reduziu bastante na região, tendo exortado ao executivo, no sentido de fazer todo o possível para renegociar a nova parceria com o programa.
Doenças mais frequentes
O administrador do hospital regional disse que a tifóide está a transformar-se na doença mais vulgar na Região de Tombali, devido à qualidade de água consumida e outros tipos de alimentos.
Não obstante, afirmou que nesta época de chuvas, a infeção respiratória e diarreia são doenças mais frequentes, principalmente nas crianças, apontando como exemplo o aumento considerável de número de meninos internados com essas patologias.
No seu entender, o aumento dessas enfermidades tem a ver com a falta de preparação ou de conhecimento das pessoas, principalmente aquelas que vivem nas aldeias.
Segundo aquele responsável, muitas pessoas, quando têm uma criança doente, preferem recorrer ao tratamento tradicional, ignorando serviços sanitários competentes, e só quando o estado de saúde do paciente vier a piorar é que procuram hospitais ou centros de saúde.
Sobre o assunto, Fodé Bacar Jau reconheceu que, muitas vezes, isso não é culpa da própria população, mas sim do Estado que não tem criado condições para o funcionamento normal da medicina moderna.
Cumprimento da missão
O administrador garantiu que tudo o que ele e a sua equipa estão a fazer no hospital é no quadro de cumprimento das diretrizes e orientações dadas pelo Ministério de Saúde Pública, com o objetivo de salvar vidas humanas.
A propósito, disse, a direção tem feito esforço enormes para fazer funcionar os serviços da Medicina, Pediatria, Maternidade, Cirurgia, Farmácia, Laboratório, Raio X, entre outros.
Em relação às dificuldades, Bacar Jau afirma que continuam a ser as mesmas, com destaque para a insuficiência de recursos humanos. “Como podem notar, cada um desses serviços mencionados precisa de dois médicos, mas, infelizmente, alguns deles funcionam sem único médico.
Neste momento, acrescenta, o hospital funciona apenas com sete médicos e, para satisfazer as necessidades da população, esses são obrigados a permanecer várias horas no serviço, o que não é aconselhável para um técnico de saúde”.
Além de insuficiência de médicos, o hospital depara-se também com a falta de parteiras, pois funciona apenas com três no serviço de maternidade, e para fazer face a esta situação, a direção teve que adaptar algumas enfermeiras.
Por outro lado, informou que dada a situação geográfica da zona, aquele hospital cobre três regiões, nomeadamente Tombali, Quinará e Bolama-Bijagós, razão pela qual o Ministério de Saúde deve ponderar a colocação de mais técnicos.
“Já reportamos, várias vezes, essa situação, mas até ao momento não recebemos resposta satisfatória. Perante o silêncio das autoridades competentes, nós, enquanto responsáveis, temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para satisfazer as necessidades da população”, informou.
De acordo com o administrador, para cobrir as lacunas nos diferentes serviços, são obrigados a trabalhar 24 horas por dia, um esforço dispendioso para um técnico de saúde.
Jau disse que neste momento o hospital precisa de mais sete médicos para poder responder às exigências sanitárias da zona. “Aqui trabalhamos no espírito de camaradagem e de interajuda. É por isso que até ao momento não temos grandes problemas em termos de funcionamento”.
Ampliação da maternidade
Segundo o administrador, a direção do hospital elaborou um projeto denominado “Operação Não Stop”, um futuro viável para a Região de Tombali, com a finalidade de prestar serviços de qualidade à população, aumentar a capacidade de internamento, principalmente da maternidade, de forma a garantir o funcionamento de todos os serviços hospitalares de melhor maneira possível e criar condições para que as residências dos técnicos estejam próximos do recinto do hospital.
No quadro desse projeto, segundo o administrador, já conseguimos construir, com fundos internos, um pavilhão para a maternidade com a capacidade de oito camas, totalizando 22, além da pintura do edifício, o que não acontecia há mais de sete anos.
Igualmente, disse que está em curso a reparação de duas ambulâncias, aquisição de um gerador para serviço do bloco operatório, a construção de um espaço para acompanhantes de doentes, ampliação da pediatria e a construção de um armazém de stock.
Fodé Jau informou ainda que está em perspetiva a construção de um edif%C