Em entrevista ao Jornal Nô Pintcha, o Coordenador do projeto combater fome no país afirmou que a iniciativa partiu de um grupo de empresários espanhóis que querem construir fábricas de transformação de frutas em sumos em parceira nacionais.
O representante do projeto, no país, Adulai Djau, vulgo Laizinho, assegurou que há condições de o projeto avançar devido a existência de uma variedade de frutas no país, concretamente naquela tabanca, Mampuro, Seção de Sintchã Imabé, Setor de Pirada, Região de Gabu.
Laizinho frisou que na sequência de várias reuniões entre elementos do projeto e os agricultores surgiram novas ideias de se alargar o projeto a todas as setenta e oito tabancas que compõem o regulado de Propana na área de Pirada.
“Os cinco elementos do projetos, que andam já de tabanca em tabanca para informar e sensibilizar os populares pela necessidade de aderirem na plantação de árvores frutíferas, dizem ter encontrado um ambiente de acolhimento bom nas aldeias”, disse acrescentando que Bubacar Baldé, por exemplo, natural de Mampuro, já derrubou mais de um hectare de cajueiros, lugar onde quer agora plantar “pés de mango”.
O coordenador sublinhou que no arranque do projeto disponibilizaram mais de quinhentas plantas de mangueiras, cujos viveiros foram feitos pelos próprios elementos do projeto.
Ele adianta que alguns camponeses prometeram inclusive diminuir os pomares de cajueiros, derrubando-os inclusive se for necessário, em seu lugar plantar árvores que dão frutos”, afirmou Aliu Djau, chefe da tabanca.
O Chefe da tabanca já plantou grande quantidade de mangueiras, facto que estimulou os populares daquela tabanca a seguirem a sua peugada.
Os camponeses estão entusiasmados e prometem plantar este ano apenas mangueiras e no próximo ano o projeto vai alargar as suas atividades para laranjeiras, limoeiros e papaieiras.
Há muita expetativa quanto à produção de frutas e verduras no regulado de Propana.
De acordo com as explicações do coordenador nacional do projeto, Adulai Djau, o dono de cada árvore de fruta vai receber uma quantia de vinte e cinco mil francos cfa (25.000 xof) de primeiro ano ao quinto ano de produção. E, a partir desse momento até ao fim da vida da árvore o dono beneficiar de 50,000 francos por ano.
Esta política ambiental de plantação de árvores de frutas insere-se no combate às alterações climáticas e mitigar o avança acelerado do deserto.
A transformação de frutas nacionais, mangas, limão, laranja papaia, para além de ajudar na boa alimentação e nutrição das populações vai empregar uma significativa mão-de-obra jovem.
O Leste e o Norte do país estão profundamente afetados pela seca, facto que o projeto vai tomar em conta futuramente.
Para se inverter a situação atual, a diminuição da arborização da zona, concretamente no leste e norte do país, que são áreas mais atingidas pelo fenómeno de desertificação, estamos a planear uma ação mais abrangente em travar o deserto de Sahara.
Esta desertificação provocou a diminuição da chuva, aumento de temperatura e fuga de animais para além das fronteiras, praticamente a nossa fauna e flora estão completamente ameaçados, devido às razões acima mencionadas.
Agora esses grupos de empresários estão a solicitar a colaboração de todos os guineenses sem exclusão, a fim de semear frutas, que darão imensas vantagens para aqueles que o acreditarem e o aceitarem
A construção dessas fábricas e ideias de plantação de frutas vão iniciar na Região de Gabu, na tabanca de Mampuro, mas em breve estender-se-á pra todas as regiões do país, norte, sul e leste.
GUISEMFOM, com sigla Guiné Sem Fome, tem como objetivo principal, acabar com a fome, recuperar as riquezas da nossa fauna e flora. Mas para atingir esses objetivos é preciso diminuir a quantidade de cajueiros que estão espalhados em todas as matas da Guiné.
“Pela impotência desse projeto, se me perguntarem porque Mampuro é berço dessa iniciativa, a resposta é seguinte: Os responsáveis principais da vinda desses empresários espanhóis no país, nasceram todos nessa fantástica tabanca, chamada Mampuro.
Por outro lado, Abi Djau, em representação das mulheres de Mampuro, mostrou-se satisfeita pela iniciativa e garantiu continuar a mobilizar mais adeptas à produção de furtas.
“O projeto é bem-vindo. Estamos esperançadas que será desta vez que vamos melhorar as nossas vidas”, disse sorrindo.
Abi Djau é da opinião que as mulheres devem ter acesso ao crédito bonificado para poderem plantar mais árvores, porque a seu ver sem recursos financeiros é bastante complicado.
Abduramane Djaló