O que parecia acontecer só por milagre concretizou-se com determinação dos protagonistas. Trata-se da qualificação da seleção nacional de futebol ao Campeonato Africano das Nações (CAN-2022), cujo triunfo só passava pela cabeça de um otimista convicto, que neste caso, os jogadores e a equipa técnica que acreditaram nessa possibilidade e conseguiram mais um feito histórico que marcou os guineenses, o continente e o mundo, por mérito próprio.
Os Djurtus entraram no retângulo bem determinados e muito concentrados no setor defensivo e no meio campo, onde eventuais erros podiam ser fatais, e fizeram aquilo que devia ser feito – aproveitar oportunidades que possam aparecer para fazer golos, pois a vitória era uma obrigação para marcar presença no CAN 2022.
Ao cair do pano, no primeiro tempo regulamentar, a turma nacional inaugurou o marcador por intermédio de Piquete Djassi. Na segunda parte, os congoleses tentaram reagir mas a barra defensiva guineense estava compacta e bem organizada. Aos 75 minutos, Frederick Mendy dilatou a vantagem para 2-0 e Jorginho fechou a contagem no minuto 79, garantidamente para 3-0.
Nas opiniões recolhidas, muitos especialistas do futebol acharam que a seleção nacional terá tido a melhor prestação nos últimos 10 anos. Cada um dava de si como se fosse um militar pronto a morrer em defesa da sua pátria e todos os setores funcionaram com eficácia.
A partir dessa vantagem tranquilizadora, milhares de adeptos começaram as manifestações de claque a volta do exterior do estádio e assim um pouco por todas as ruas de Bissau, com tampas de caçarola a cantar “viva Djurtus, viva Candé e viva Guiné-Bissau”.
Como se não bastasse, quando o autocarro da seleção nacional saiu do estádio acompanharam-no a passear pelas ruas da capital até ao hotel. Nessa altura, a força emotiva da qualificação do país ao CAN fez esquecer as medidas sanitárias de prevenção à Covid-19, a maioria sem máscara de proteção facial.
É o terceiro apuramento consecutivo à fase final da maior prova desportiva do continente africano, isto, depois da qualificação ao CAN de 2017, no Gabão e ao Egito 2019.
De salientar que esta edição 33 do CAN deveria acontecer este ano mas a situação da pandemia de Covid-19 obrigou o adiamento da prova para o período de janeiro e fevereiro de 2022, nos Camarões.
Eis a lista dos 24 países qualificados: Camarões (anfitrião), Guiné-Bissau, Senegal, Guiné-Conacri, Cabo Verde, Gâmbia, Mali, Costa do Marfim, Nigéria, Burkina Faso, Guiné Equatorial, Mauritânia, Marrocos, Tunísia, Algéria, Egito, Zimbábue, Etiópia, Gabão, Gana, Comores, Malawi e Sudão.
Ainda por definir, está a última vaga que pode ser preenchida pela Serra Leoa ou pelo Benim, cujo jogo foi adiado devido à confirmação de cinco casos de Covid-19 na seleção beninense.
Entretanto, o sorteio para o agrupamento das seleções não poderá evitar dérbis entre países da mesma organização sub-regionais, sobretudo os da África Ocidental. Importa realçar que ficaram apurados oito seleções dos Estados membros da CEDEAO e, dentre esses, seis fazem parte da UEMOA.
Texto e fotos: Aliu Baldé